CT da PSA Mangualde denuncia acordo da Bolsa de Horas

O acordo em vigor, assinado em 2008 e com várias adendas ao longo dos anos, foi oficialmente denunciado pela Comissão de Trabalhadores da PSA de Mangualde com efeito a partir de 20 de outubro de 2020, conforme previsto no acordo original.

Este acordo é contestado pela atual Comissão de Trabalhadores e pelo SITE-CN por ser muito penosa para os trabalhadores, sendo anterior à legislação em vigor e assinada em altura de crise na empresa, sobe chantagem de encerramento.

No documento a que o Interior do Avesso teve acesso os trabalhadores justificam esta decisão com seis pontos:

– A bolsa de horas ao longo dos anos veio revelar-se um mecanismo penalizador para a organização pessoal, familiar e social dos trabalhadores;

– Este mecanismo de gestão do tempo e horários de trabalho têm tido consequências negativas nos trabalhadores tendo em conta o galopante desgaste físico e psicológico;

– Os ritmos elevados de trabalho têm potenciado o surgimento de doenças profissionais e baixas prolongadas, sendo muitas destas situações potenciadas pela falta de tempo de descanso e recuperação física e psicológica;

– Tem servido, muitas vezes, para exercer pressão e repressão. Inclusive disciplinar, sobre os trabalhadores para os forçar a prestar trabalho neste regime tão penalizador;

– As compensações remuneratórias, entretanto criadas, compensam minimamente o esforço despendido e as perdas pessoais de trabalhar num dia de descanso;

– É necessária uma ampla discussão sobre a sua manutenção ou não.

Trabalhadores apelam ao diálogo e à discussão de novo acordo

No documento entregue à direção da Peugeot Citroën Automóveis Portugal, S.A. a Comissão de Trabalhadores diz-se “disponível para discutir novo acordo”.

Este documento vem no seguimento de várias tentativas de diálogo seguidas de uma greve aos sábados que teve muitos atropelos aos direitos dos trabalhadores com a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) a dar razão às denúncias do SITE-CN e do Bloco de Esquerda.

A Comissão de Trabalhadores apresentou um documento no fim da greve com apelo ao diálogo e com 11 reivindicações, tendo como resposta da direção a exigência para o diálogo que os trabalhadores abdicassem dos direitos constitucionais de greve e de defesa na justiça

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