Os trabalhadores das empresas de resíduos do grupo EGF, pertencente à Mota/Engil, estiveram em greve segunda e terça-feira desta semana, lutando por aumentos salariais, uniformização das regras laborais e suplemento de risco. Por Esquerda.net
A secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, esteve esta terça-feira, 29 de dezembro, no piquete de greve da ERSUC, em Rios Frios – Vil de Matos, Coimbra, onde manifestou a solidariedade com a luta dos trabalhadores e defendeu as suas reivindicações.
Isabel Camarinha, em declarações à RTP3, defendeu “aumentos salariais, tabela remuneratória única nas várias empresas do grupo e que os trabalhadores que ocupam postos de trabalho permanentes têm direito a vínculos efetivos”.
A secretária geral da CGTP lembrou que estes trabalhadores “têm direito a condições de trabalho numa profissão que é de uma penosidade enorme” e sublinhou que “estes trabalhadores exigem também condições de segurança e de saúde no trabalho e a compensação pelo risco que correm todos os dias pelo trabalho que desenvolvem”.
A greve realizou-se nas empresas de tratamento de resíduos ERSUC, Resiestrela e Resinorte do grupo EGF (Empresa Geral do Fomento), que pertence à Mota/Engil. Os trabalhadores exigem a negociação do acordo coletivo de trabalho e aumentos salariais. A paralisação teve elevadas adesões, durante os dois dias, e abrangeu 85 municípios dos distritos de Aveiro, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Vila Real e Viseu. Segundo o STAL (sindicato dos trabalhadores da administração local), que convocou a greve, estes municípios têm em conjunto mais de dois milhões de habitantes e são servidos apenas por 720 trabalhadores.
Segundo o site da CGTP, os trabalhadores em luta reivindicam:
“- A negociação de um Acordo Colectivo de Trabalho (ACT) que uniformize as regras laborais para todos os trabalhadores do Grupo, que promova e garanta a valorização remuneratória, a dignificação profissional e a qualidade do serviço público prestado;
– O aumento imediato dos salários, dos subsídios de refeição, de transporte e de outras prestações, que reponha o poder de compra perdido nos últimos anos;
– A atribuição de um subsídio de risco extraordinário, no quadro do surto epidémico que atravessamos, e a regulamentação de um suplemento de risco;
– A valorização das carreiras profissionais, garantindo a progressão e a promoção;
– O respeito pelas normas de saúde e segurança no trabalho”.
Publicado em Esquerda.net a 29 de dezembro de 2020