A Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda da Guarda emitiu um comunicado, demonstrando preocupação com o possível encerramento da maternidade Sousa Martins, na Guarda, assim como os serviços de Castelo Branco e da Covilhã.
No comunicado, o Bloco de Esquerda apresenta-se na “defesa do Serviço Nacional de Saúde”, argumentando que “ao longo dos últimos anos temos vindo a assistir aquilo a que é um divórcio entre serviços públicos e interior”. A possibilidade de fechar estas maternidades apenas vem provar, uma vez mais, tal cenário.
O Governo tem defendido o fecho de alguns serviços de maternidade devido a uma enorme falta de profissionais para assegurar a sua existência. O Bloco de Esquerda acredita que a solução não passa pelo encerramento deste serviço, mas sim no investimento numa política pública de saúde, criando-se condições para a capacidade de captar profissionais para o SNS, reforçando o mesmo. A não aposta nestas políticas públicas, segundo o comunicado, é a causa da degradação do SNS. O BE teme uma degradação dos serviços prestados a pessoas grávidas e desumanização nos partos.
“Não é a falta de população nestes territórios do interior do país, ou a falta de vontade a recorrer a estes serviços, mas sim a falta de vontade política em investir em profissionais que queiram trabalhar no SNS e viver no interior. Ao colocar estes serviços cada vez mais longe da população fragiliza ainda mais o SNS, agravando os problemas já existentes há muito”.
O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda requereu uma audição, com caráter de urgência, do Ministro da Saúde sobre encerramento de maternidades e sobre os graves problemas de funcionamento das urgências gerais, procurando esclarecer “claramente quais são os encerramentos que quer fazer no SNS e que modelo de funcionamento de urgências quer impor”. O comunicado crítica a opção de concentrar serviços, colocando-os mais longe dos utentes e “tornando o SNS mais frágil”. Para os bloquistas, “a negação da realidade por parte do Ministro ao repetir, perante cada problema, que são apenas situações pontuais, não ajuda o SNS nem a população”.