O Bloco de Esquerda diz que há zonas sem acesso à internet, seja por cabo ou por rede de telemóvel (4G), deixando professores e alunos em desvantagem. Já questionaram todos os municípios do distrito e dizem que “são necessárias medidas urgentes para garantir um acesso democrático ao ensino“.
O terceiro período já começou e, para o Bloco de Esquerda, “ainda faltam respostas para milhares de estudantes que não têm condições para acompanhar o ensino à distância”, afirmando que o “modelo atual de ensino pode acentuar desigualdades, criando diferenciação no acesso a oportunidades”.
No comunicado citam dados do Instituto Nacional de Estatística que dizem que em 2019 mais de 5% das famílias com filhos até aos 15 anos viviam em casas sem internet.
Neste documento deixam exemplos de queixas que têm chegado à Comissão Coordenadora Distrital de Viseu, da falta de acesso à internet nos concelhos de São Pedro do Sul, mais concretamente no Candal e em Manhouce, bem como em aldeias do concelho Penalva do Castelo, que obrigam professores a deslocar-se para edifícios com melhor acesso, quebrando o isolamento. Outro exemplo é a falta de internet e de computadores para alunos no concelho de Cinfães. Dizem que os relatos de falta de acesso à internet repetem-se no “Montemuro e até no Douro”.
Necessidades Educativas Especiais e Ensino Inclusivo postos em causa
Para o Bloco há outro problema no atual modelo que é a falta de capacidade de promover um ensino ajustado “às diferenças individuais de cada estudante”, sendo que o fim de atividades escolares presenciais pode “colocar em causa o trabalho até então realizado por profissionais do ensino inclusivo”.
Nos ofícios enviados aos municípios levantaram o problema do ensino “direcionado para alunos com dificuldades na aquisição de conhecimentos” que, apesar de terem ”o mesmo objetivos do ensino em geral”, necessitam de ser individualizados, sendo que questionam “Quais os apoios previstos pelo município para quem tem necessidades educativas especiais?”.
Respostas nacionais e locais são necessárias
O Bloco de Esquerda do distrito de Viseu reconhece que são “necessárias resposta abrangentes a nível nacional”, no entanto entendem que “as autarquias, enquanto órgãos de proximidade, podem também ter um papel a desempenhar na minimização destes problemas”, sugerindo uma identificação e atuação célere junto de quem precisa.
No seguimento questionam, no que trata ao acesso digital, “Que zonas no concelho se encontram sem cobertura de internet por cabo e sem rede de telemóvel necessária para uso em 4G?”, “Quantos são os alunos no concelho sem acesso a equipamentos informáticos e internet?” e ainda “Quais as medidas previstas pelo município para proporcionar condições para a efetivação do ensino à distância para todos os alunos, sem restrições materiais ou de cobertura de rede?”.
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