Infantário em Macedo de Cavaleiros exige pagamento mesmo com as instalações fechadas

Os pais das crianças no infantário da NucliSol Jean Piaget em Macedo de Cavaleiros exigem uma redução significativa na mensalidade devido às instalações estarem fechadas. O BE de Macedo de Cavaleiros já mostrou a sua solidariedade para com os pais, alertando para a necessidade de criar uma rede de infantários públicos que sirvam todo o território, porque o privado mesmo numa situação destas continua a olhar apenas para o lucro.

O infantário da Nuclisol  Jean Piaget, apesar de fechado há um mês (encerrou a 13 de março), exige o pagamento de, pelo menos, 80% da mensalidade num período em que o serviço não está a ser prestado.

Os pais, em declarações à Rádio Onda Livre referem que “O Piaget fechou dia 13 de março. Já tínhamos as mensalidades pagas e no dia 16 começaram logo a mandar e-mails a dizer que os valores mensais iam ser cobrados mesmo com o infantário fechado. Nós esperámos até ao final de março e no último dia do mês enviaram-nos um e-mail a dizer que as mensalidades iam ter um desconto de 20%, e nós não concordamos com isso. Fizemos uma proposta de 50/50, porque sabemos que a instituição tem de continuar a pagar as suas despesas mas nós não podemos pagar mensalidades altas porque todos nós tivemos cortes no rendimento e algumas mães estão desempregadas. Responderam-nos que não ia haver 50/50, mas sim mais 10% se o lay-off para eles fosse aprovado e que havia mais 10% para quem tivesse mais do que um filho na instituição.”

Alguns pais avançaram para a rescisão de contrato, sendo que a instituição exige o pagamento dos meses que restam até ao término da inscrição, “quer a criança esteja lá ou não”. “Foi isso que me foi dito e não aceitei, nem vou pagar. Estou no meu direito porque estamos numa época em que nos exigem coisas que não podemos pagar. E não vou dar dinheiro a algo de que não estou a usufruir.”

Por sua vez, o Bloco de Esquerda de Macedo de Cavaleiros, em comunicado, mostrou toda a sua solidariedade para com as famílias afetadas. Consideram que num momento em que muitas pessoas se veem privadas de parte ou da totalidade do seu salário, é essencial que exista bom senso, até porque os encargos inerentes a ter as crianças na instituição não existem estando esta fechada.

Referem ainda que “esta situação deixa a nu a necessidade óbvia de existir uma rede de infantários públicos que cubra todo o território. Mais do que nunca, num momento de crise como este, se percebe a óbvia diferença entre a oferta pública e universal, e o privado que numa situação de emergência continua a olhar unicamente para o lucro.”

Escrito por JL

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