Investigador da UTAD participa em estudo europeu sobre consumo de vinho durante o confinamento

Vinho
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Foto por congerdesign | Pixabay
João Rebelo, Investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e vice-presidente da European Association of Wine Economists (EuAWE), participa no estudo que tem como objetivo a análise do consumo de vinho durante o confinamento.

Segundo informação da UTAD, “conscientes da importância económica, social e cultural  do vinho em vários países da União Europeia, a European Association of Wine Economists (EuAWE) e a Cátedra Wine and Spirits do INSEEC, da Universidade de Bordéus, realizaram um inquérito em Espanha, Bélgica, Itália, França, Áustria, Alemanha, Portugal e Suíça, a fim de perceberem de que forma o confinamento, durante a pandemia COVID-19, afetou o comportamento dos consumidores europeus de vinho.” 

O inquérito ocorreu entre 17 de abril e 10 de maio, mas o primeiro estudo tem por base apenas respostas obtidas até 30 de abril em Espanha, França, Itália e Portugal. Os investigadores salientam “que a amostra não pretende ser representativa da população dos países estudados, mas corresponde, sobretudo, à população de consumidores de vinho e de outras bebidas alcoólicas”.

Os resultados desta fase do estudo podem ser consultados em www.euawe.com. Mostram que nos quatro países considerados a frequência do consumo de vinho “aumentou acentuadamente” com o confinamento, ao mesmo tempo que decresceu na cerveja e nas bebidas espirituosas. O intervalo etário em que se registou uma maior frequência no consumo foi 30-50 anos e o aumento foi mais acentuado em França.

O estudo permitiu ainda verificar uma redução das despesas em bebidas alcoólicas, particularmente em bebidas espirituosas. Também “O preço médio de compra do vinho diminuiu significativamente”, tendo os supermercados sido a principal fonte de aquisição de vinho e as garrafeiras pessoais a segunda fonte.

Um dos fatores impulsionadores do consumo, verificado no estudo, foi a ansiedade gerada pela pandemia. Além do medo do vírus, os inquiridos expressaram um “receio muito forte das consequências económicas da crise sanitária”. Por outro lado, a dimensão reduzida do agregado familiar, especialmente no estar sozinho ou sem crianças, verificou-se ter aumentado “a tendência para consumir bebidas alcoólicas e com maior frequência durante o confinamento”.

Os resultados apontam ainda para uma preferência por circuitos curtos na indústria alimentar e para produtos locais. Cerca de “70% dos inquiridos consideram que é necessário favorecer a compra de vinho local” neste período de crise.

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