A ANACOM revelou ontem os resultados de um diagnóstico que conclui que no interior a cobertura de rede é muito deficitária. O pior caso é Vinhais, onde mais de metade do concelho não tem cobertura de internet móvel e um terço não tem rede de voz.
Segundo o Jornal de Notícias (JN), esta realidade foi revelada ontem pelo diagnóstico da ANACOM (Autoridade Nacional das Telecomunicações) ao desempenho dos serviços de comunicações e de cobertura radioelétrica 2G, 3G e 4G dos operadores MEO, NOS e Vodafone.
João Cadete de Matos, presidente da ANACOM, admitiu que “em cada cinco chamadas feitas, uma falhou ou caiu no primeiro minuto” e que “em mais de 50% dos casos não foi possível estabelecer ligações [à internet] e nos que foi, a velocidade é muito baixa”.
Em Vinhais, em 52% dos casos avaliados não foi possível concluir o acesso à internet com sucesso e em 35% dos valores registados na rede de voz a qualidade é inexistente ou má.
Esta situação poderá ser corrigida com o 5G, estando previsto que no final de 2023, 75% de cada freguesia deve ter 100MB como mínimo de velocidade.
Segundo Cadete de Matos, citado pelo JN, com a conclusão do leilão do 5G vai haver alterações “muito significativas”, pois as operadoras com licenças passam a ter a obrigação “de corrigir” num prazo de dois anos o problema.
A solução mais imediata para este grave problema, que leva a população de Vinhais a ter que recorrer à rede espanhola para comunicar por telemóvel, pode estar na partilha de antenas pelas operadoras, o chamado roaming nacional, uma imposição da nova rede 5G.