A cabeça de lista do BE às eleições europeias visitou as minas da Panasqueira, no dia 15 de Maio, para alertar para os perigos do crescimento do fascismo na Europa, referiu que “é preciso ter memória”, mas também ouviu alguns ambientalistas da região, nomeadamente o Grupo pela Preservação da Serra da Argemela, que lutam contra a tentativa de extracção de lítio na freguesia do Barco (Covilhã).
O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda também já entregou um requerimento na Assembleia da República a solicitar uma audição parlamentar com as entidades responsáveis, entre elas a Câmara Municipal do Fundão e a empresa Beral Tin and Wolfram, pelo abandono das antigas minas da Panasqueira e do perigo ambiental iminente da barragem de escombros do Cabeço do Pião, que está em risco de ruir e contaminar toda aquela zona, inclusive o rio Zêzere.
Foram vários os candidatos e candidatas do BE às eleições europeias que estiveram presentes na visita para além da Marisa Matias, também o José Gusmão, a Cristina Guedes e a Sónia Reis se juntaram aos bloquistas e ambientalistas que a aguardavam no local. Falaram da exploração a que tinham sido sujeitos os mineiros que trabalhavam nas minas da Panasqueira, que fecharam em 1993, e dos problemas ambientais que o seu abandono tem trazido.
Guiados pelo Tio Isidro, um ex-mineiro de mais de 80 anos que dedicou mais de metade da sua vida – 43 anos – ao trabalho nas minas, os membros da comitiva do BE foram ouvindo as histórias de quem então dependia daquele trabalho para sustentar a família. Foi um dos muitos trabalhadores que foram explorados para que as minas da Panasqueira conseguissem exportar volfrâmio para a Alemanha durante a II Guerra Mundial. Era um negócio rentável para o nazismo, notou Marisa Matias. “Numa altura em que voltam a pairar sobre a Europa as sombras do fascismo é preciso ter memória“, acabou por dizer a cabeça de lista do BE às eleições europeias de 26 de Maio.”
(Escrito por DG)