Várias dezenas de pessoas juntaram-se, neste domingo, em Salto, para exigir um futuro sem minas na região do Barroso que abrange os concelhos de Boticas e Montalegre. Agora, está em causa uma mina de volfrâmio na zona da Borralha.
Este domingo várias dezenas de pessoas manifestaram-se em Salto, no concelho de Montalegre, exigindo um futuro sem minas da região do Barroso que abrange os concelhos de Boticas e Montalegre, de acordo com a rádio TSF.
Os manifestantes alegam que as explorações mineiras vão prejudicar o modo de vida dos habitantes, com fortes impactos na agricultura, floresta, pecuária e cursos de água.
O já conhecido “Não à mina. Sim à vida” foi um dos slogans mais vistos e ouvidos na ação de protesto, que serviu para contestar uma mina de volfrâmio prevista para a zona da Borralha, no concelho de Montalegre. A iniciativa começou com uma marcha de protesto de uma centena de carros, tratores e motas, que arrancou em Linharelhos, passou pela Borralha e terminou na localidade de Salto, onde decorria uma feira muito participada pelos emigrantes.
Cristiana Barroso, do Movimento Não às Minas – Montalegre, esclareceu que a mina da Borralha “vai prejudicar uma região que é património agrícola mundial e reserva da biosfera” e onde “as pessoas subsistem com o que a natureza dá”, destacando “muitos produtos com denominação de origem controlada”.
Os habitantes da Borralha e da localidade vizinha de Brecha de Santa Helena não se conformam com a ideia de ter uma mina a céu aberto mesmo ao lado de casa. Álvaro Frutuoso, morador e participante do protesto, afirma que “a zona onde querem montar as lavarias e a deposição de areias fica a 30 ou 40 metros de minha casa”, alertando que vão ter, diariamente, 720 quilos de explosivos à porta da sua habitação.
Aníbal Fernandes, um jovem de 23 anos, também não vê com bons olhos a instalação da mina de volfrâmio “a 100 metros de casa”, lembrando que as minas da Borralha já funcionaram no século passado, encerraram em 1986, e funcionavam num sistema de galerias (uma delas a passar por baixo da sua habitação).
A Minerália, com sede em Braga, é a empresa que requereu a celebração do contrato de concessão de exploração de volfrâmio, estanho e molibdénio na zona da Borralha.
O protesto não serviu só para contestar a mina da Borralha, mas também para repudiar todos os projetos mineiros previstos para a região do Barroso. Em Morgade, onde está prevista uma mina de lítio, também se realizou, este domingo, uma caminhada e um acampamento na zona afetada.