Após renovação de cerca de 40% dos edifícios do Centro Histórico, a Câmara Municipal não tem dados sobre o número de pessoas a habitar no centro de Viseu na atualidade. Entre 2001 e 2011 o número de pessoas a viver no centro da cidade tinha baixado de 1900 para 1300.
O Centro histórico de Viseu tem perdido habitantes ao longo de vários anos. Segundo o Jornal de Notícias, em 10 anos, de 2001 a 2011 perdeu cerca de 30% de residentes, passando de 1900 para 1300. Em 2014 o Município definiu como uma das suas prioridades reabilitar e repovoar o centro da cidade com o objetivo de candidatar esta zona da cidade a Património da Humanidade da UNESCO em 2023.
No entanto, neste momento, o Município não sabe o número de pessoas que continua a habitar naquele espaço, nem se a reabilitação de cerca de 40% de edifícios trouxe mais residentes para o centro da cidade.
O Município apresenta dados de valores de transações de imóveis (380) num total de 37,6 milhões de euros, desde setembro de 2013 até ao final de 2019.
Após ser questionada pelo JN sobre o número de residentes que atualmente vivem no Centro Histórico, fonte da autarquia disse que “não há forma viável de quantificar”. Fonte do INE referiu também ao JN que “os dados mais atuais têm desagregação máximo ao nível de município. Maior desagregação só nos censos.”
Questionado pelo JN sobre a forma como mede a revitalização do Centro Histórico de Viseu, o Município não prestou qualquer esclarecimento.
Em declarações ao Interior do Avesso, o representante do Bloco na Assembleia Municipal de Viseu, Jorge Wolfs, referiu, aquando da votação das propostas de Minoração e Majoração de IMI no Centro Histórico, que o Bloco concorda “com a majoração do IMI para degradados, como proposto, mas também para devolutos, sem habitantes independentemente de estarem requalificados ou não” no entanto, “sobre a minoração temos dúvidas como pode beneficiar quem tenta arrendar casa”.
Ainda sobre a minoração de IMI, “e tendo em conta os valores das transações de imóveis”, o Bloco considera que “mais do que estar a incentivar a requalificação, estaremos a dar borlas fiscais a fundos de investimento e outros proprietários que apenas estarão a especular sobre os valores dos edifícios”.
Continuou a argumentação dizendo que “se assim não fosse, a propaganda local sobre o centro histórico não seria sobre quantos milhões foram transacionados, mas sim quantos novos habitantes teria o centro de Viseu, um número que o município ou desconhece, ou não quer dizer”.