O arqueólogo, natural de Tondela, que foi distinguido com a Medalha de Mérito Cultural devido à sua vida dedicada à investigação histórica e ao património cultural vai debater o Interior na sessão online “Soluções para o Interior”, na próxima terça-feira.
O Governo decidiu, no dia 11 de janeiro de 2020, atribuir a Medalha de Mérito Cultural ao arqueólogo Cláudio Torres, em reconhecimento de “uma vida dedicada” à investigação histórica e às causas do património cultural e da arqueologia peninsular. Cláudio Torres, natural de Tondela, Viseu, onde nasceu em 11 de Janeiro de 1939. Atualmente reside em Mértola, no distrito de Beja.
Exilado no estrangeiro, trabalhou em diferentes países, como Marrocos e Roménia. Neste último concluiu, em 1973, a licenciatura em História e Teoria da Arte na Universidade de Bucareste. Após o regresso a Portugal, em 1974, iniciou a actividade de docente no Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde lecionou várias cadeiras ligadas à História Medieval.
Além do percurso como lutador antifascista antes do 25 de Abril, o trabalho pioneiro de Cláudio Torres, já em democracia, contribuiu decisivamente para a mudança da historiografia portuguesa no que diz respeito ao papel do legado islâmico em Portugal e, por essa via, para um maior e mais justo conhecimento da nossa história.
Cláudio Torres tem desenvolvido actividade científica na área do património cultural, nomeadamente nos domínios da arqueologia, da investigação histórica e da museologia. Na área da arqueologia e da investigação histórica, destaca-se, desde 1978, a direcção das escavações arqueológicas em Mértola.
No âmbito da sua actividade museográfica, fundou o Museu de Mértola e foi consultor e comissário de várias exposições exibidas em Portugal e Marrocos. Entre as obras publicadas, destacam-se Cerâmica Islâmica Portuguesa: Catálogo (1987), Mértola: vila museu (1989) e O Legado Islâmico em Portugal (1998). O arqueólogo já recebeu diversas distinções, destacando-se a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, concedida pelo Presidente da República (1993), Prémio Pessoa (1991), doutoramento honoris causa pela Universidade de Évora (2001) e Prémio das Academias Pontifícias do Vaticano concedido pelo Papa Francisco ao Campo Arqueológico de Mértola (2015).
Na próxima terça-feira, dia 21 de Abril às 21:30h, vai estar presente em mais uma sessão do Ciclo de Debates “Ao Encontro” com interpretação em Língua Gestual Portuguesa, sob o tema “Soluções para o Interior”. O debate terá transmissão em direto no Facebook do Interior do Avesso e também contará com a participação do linguista e investigador, Pedro Oliveira e da ativista social Carolina Gomes.
(Escrito por DG)