Observatório regista 30 mulheres assassinadas este ano em Portugal

25 Novembro
25 Novembro

Segundo os dados recolhidos pelo Observatório de Mulheres Assassinadas, 16 das mulheres assassinadas estavam em relações de intimidade e 10 mostravam sinais de violência prévia. Por Esquerda.net

As contas têm por base as notícias reportadas pelos órgãos de comunicação social entre 1 de janeiro e 15 de novembro deste ano, e revelam que a tendência anual de femicídios com denúnias anteriores de violência permanece inalterada. Em 2019 foram assassinadas também 30 mulheres.

O Observatório de Mulheres Assassinadas, uma estrutura da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), concluiu com base nestes dados que em 63% dos femicídios reportados havia violência prévia e em 40% havia ameaça de morte. Em 80% destes casos a violência era conhecida de outras pessoas.

Em 16 dos femicídios estavam crianças presentes e em 10 dos crimes a mulher assassinada tinha filhos em comum com o homicida. 21 crianças ficaram órfãs como resultado. E se nove dos assassínios ocorreram durante a relação, seis ocorreram após o fim da relação. Já em oito casos, as mulheres tentaram separar-se do homicida previamente.

Ao jornal Público, Cátia Pontedeira, do Observatório, afirma que “não podemos dizer que a pandemia afetou os nossos dados. O que podemos dizer é que a pandemia torna a convivência mais difícil”. “Os femicídios têm uma motivação de género que não podemos ignorar”, acrescenta.

Apesar de os femicídios em contexto de intimidade terem diminuido face a 2019 (de 21 para 16 registados em 2020), as tentativas de femicídio neste contexto aumentaram de 24 para 43. Em 2019, 28 mulheres foram assassinadas em contexto de intimidade, e duas noutros contextos, num total de 30 mulheres assinadas.

Desde 2004 foram registadas 564 mulheres assassinadas em contexto de violência doméstica e 663 tentativas de femicídio.

As vítimas registadas em 2020 tinham entre 36 e 50 anos, e metade estava empregada. Os homicidas tinham mais de 36 anos, e apenas 35% estavam empregados.

Em 44% das situações, o crime ocorreu na residência conjunta ao casal, e em 25% na residência da vítima. Um crime foi registado no local de trabalho e outro na via pública. Foi utilizada uma arma de fogo em sete casos e arma branca em quatro. Foram ainda registados dois casos de asfixia. Em cinco situações, cinco dos homicidas suicidaram-se após o crime; três tentaram suicidar-se.

 

Publicado por Esquerda.net a 23 de novembro de 2020.

 

Plataforma Já Marchavas assinala 25 de novembro

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