No final de mais uma campanha de apanha da azeitona, estima-se uma quebra de cerca de 30% na produção e uma redução da qualidade do azeite transmontano. A somar ao recente aumento da “maquia” (percentagem de azeitona cobrada para fazer o azeite, por parte dos lagares) e a redução consecutiva do preço, colocam o setor numa situação crítica.
Em declarações à Rádio Onda Livre, Luís Rodrigues, Presidente da Cooperativa agrícola de Macedo de Cavaleiros, considera que devido à condições climatéricas adversas, com a ocorrência elevada de precipitação e as tempestades que se abateram sobre a região, fizeram com que muita da azeitona caísse mais ao chão do que em anos anterior, começando a degradar-se, provocaram uma redução de quase 30% na produção e uma redução da qualidade da azeitona, quando ao início da apanha da azeitona se esperava uma produção idêntica à do ano transato.
Nos últimos anos tem-se assistido a uma redução do preço da azeitona e do azeite, o que agrava ainda mais a situação dos pequenos produtores. Este ano, a azeitona foi paga ao produtor a cerca de 25 cêntimos, quando no ano passado o valor rondava os 40 cêntimos. Segundo o Jornal Nordeste, Jorge Pires, do Pró Lagar de Mirandela afirmou que um comprador lhe ofereceu 2,20 euros por litro, por um azeite virgem extra, que significaria uma redução 1 euro em relação à campanha de 2018, e que esta situação indigna os produtores.
Desde o início da apanha deste ano que os problemas se têm vindo a acumular, pois o aumento do preço do transporte e tratamento do resíduo do bagaço da azeitona fez com que o custo com a indústria extratora fosse maior, que por sua vez levou os lagares a cobrar maior percentagem na transformação da azeitona, a chamada “maquia”, bem como, o aumento da produção intensiva no Alentejo, que tem inúmeros problemas ambientais associados, tem prejudicado a produção transmontana.
Escrito por JL