Fatores como a alteração de rotinas, o ensino à distância e a privação dos contactos sociais, estão a ter um impacto negativo nas crianças e jovens, alteraram os níveis de ansiedade e fizeram aumentar os pedidos de ajuda psicológica.
Os pedidos de ajuda, que partem de encarregados de educação ou dos próprio professores têm aumentado. Segundo Sara Araújo, psicóloga no Hospital Terra Quente, em declarações à Brigantia, as “alterações de rotina” e o “sentido inesperado” de tudo o que tem acontecido tem “consequências emocionais”.
Nas crianças e adolescentes que já antes da pandemia tinham algum tipo de perturbação emocional ou de fragilidade psicológica, os sintomas agravaram. “Estamos a falar da privação de uma vida social normal, da alteração profunda de rotinas, da alteração na relação com a escola e os outros”, explicou a psicóloga à Brigantia.
A desmotivação escolar surge associada a estes sintomas. A pandemia alterou as rotinas, sendo uma delas a aprendizagem presencial, o que desmotiva os jovens. “Notamos que as crianças e jovens se queixam de um aumento de desmotivação em relação aos processo de aprendizagem porque não é a mesma coisa que estar no ensino presencial”.
Segundo o artigo, as escolas e agrupamentos procuraram manter o apoio psicológico escolar. Por exemplo, no Agrupamento de Escolas de Vinhais, segundo o director, Rui Correia, contou à Brigantia, os alunos com mais dificuldades de aprendizagem continuaram a ser acompanhados na escola. Noutros casos mantiveram-se consultas, mas à distância. “Os psicólogos fizeram alguns apoios simples. Fizeram contactos, quer com os pais, para saber como estavam os filhos em casa, como estavam a reagir, se estavam bem. Os mais problemáticos estavam na escola”.
A principal sinalização da Comissão de Promoção dos Direitos e Protecção das Crianças e Jovens no concelho de Bragança está relacionada com o absentismo escolar. Segundo o presidente da CPCJ local, nestes casos as crianças foram obrigadas a frequentar a escola de acolhimento. “Essas crianças são obrigadas a ir para a escola. As justificações que os agregados dão é que não têm o equipamento para aceder às aulas e internet. Às vezes, os pais não têm com quem as deixar”.
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