“Queremos que Viseu seja uma cidade para todas as pessoas”

Manuela Antunes
Manuela Antunes

No debate televisivo entre as candidaturas à Câmara de Viseu, a candidata bloquista Manuela Antunes apresentou as propostas do partido e lamentou a ausência do candidato do PSD, Fernando Ruas. Por Esquerda.net

No debate transmitido na terça-feira pela RTP3, Manuela Antunes defendeu que Viseu deve ser uma “cidade completamente inclusiva, uma cidade para todas as pessoas”, lembrando que existem atualmente “guetos sociais onde se meteram pessoas socialmente fragilizadas” e que alguns grupos são discriminados.

Ainda que se tenha registado uma ligeira subida do número de residentes no concelho, a candidata destacou que, das 25 freguesias viseenses, 20 perderam pessoas, sendo que uma, a freguesia de Côta, das mais distantes, viu a sua população diminuir em 18,3%.

Manuela Antunes lamentou a ausência do candidato do PSD neste debate, referindo que gostaria de debater com Fernando Ruas a situação dos transportes públicos no concelho.

De acordo com a candidata, existe muita publicidade, que apresenta o MUV como sendo “a salvação dos transportes públicos”, o que “é totalmente falso”.

Manuela Antunes explicou que se apresenta a aplicação como uma solução milagrosa “quando a maioria das pessoas nem sequer tem um telemóvel com as características necessárias” para poder usufruir desta tecnologia.

Também “não há uma paragem de autocarro em Viseu que tenha horários afixados para as pessoas poderem consultar”, denuncia a candidata.

O Bloco propõe “mais transportes públicos, que sirvam as necessidades das pessoas, quer para o lazer quer para o trabalho, e, principalmente, tendencialmente gratuitos”, afirmou Manuela Antunes, sublinhando que esta é uma “bandeira fundamental” do partido.

A quem argumenta que a proposta não é “exequível”, a cabeça de lista à Câmara de Viseu contrapôs que “é exequível se as prioridades tiverem o foco nas pessoas e nas suas necessidades”. Podemos “começar pelos estudantes, pelas pessoas desempregadas, pelos pensionistas que contam com pensões abaixo do salário mínimo nacional”, exemplificou.

Manuela Antunes falou ainda sobre habitação, dando conta de que, apesar de as e os viseenses terem um salário abaixo da média nacional, “existem T2 em determinadas zonas da cidade que estão ao mesmo preço que um T2 nas melhores zonas de Lisboa”, atingindo os 700 ou 800 euros.

“O parque habitacional público é praticamente inexistente em Viseu”, denunciou.

A candidata defendeu que é urgente rever o Plano Diretor Municipal (PDM) para proteger Viseu, a cidades e as freguesias. É necessário “avançar com a classificação do património”, impedir que se construa “desgarradamente” e “recuperar, requalificar”.

“Temos uma cidade com dezenas de prédios devolutos que podiam ser requalificados para habitação pública”, contribuindo para “combater a especulação imobiliária”. Precisamos de “criar residências de estudantes com oferta pública”. E apostar “na mobilidade, na transparência”, rematou.

 

Publicado por Esquerda.net a 1 de setembro de 2021

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