Este pequeno anfíbio está a ser atacado por um tipo de vírus e poderá desaparecer dentro de dez anos na Serra da Estrela. Distritais de Castelo Branco e da Guarda do Bloco de Esquerda manifestam preocupação.
Segundo comunicado destas comissões distritais do Bloco de Esquerda, foi publicado na revista científica Animal Conservation um artigo, cujo primeiro autor é o investigador Gonçalo Rosa, onde se revela que o tritão-de-ventre-laranja pode estar em risco de desaparecer na Serra da Estrela, dentro de dez anos.
O tritão-de-ventre-laranja ou tritão ibérico (Lissotriton boscai) é um pequeno anfíbio de comprimento entre 65 e 90 mm da Penínsual Ibérica, nomeadamente de Portugal, que tem como caraterística o ventre de cor laranja.
Segundo o artigo, o tritão ibérico está a ser atacado por um tipo agressivo de ranavírus que afeta em particular as fêmeas, dificultando mesmo a recuperação “a médio e longo prazo”. A mortalidade atinge mais as fêmeas, porque elas permanecem nos charcos mais tempo do que os machos, que os abandonam após a reprodução, e os ranavírus vivem na água.
Segundo as distritais bloquistas, os investigadores autores do estudo acompanharam a evolução dos pequenos anfíbios em dois charcos da Serra da Estrela e verificaram surtos anuais e episódios de mortalidade em massa num dos charcos e episódios pontuais de infecção sem mortalidade noutro.
O primeiro surto de ranavirose foi detetado em 2011 na Serra da Estrela e desde então vários surtos têm afetado anfíbios, em particular o tritão-de-ventre-laranja.
As distritais bloquistas alertam para a situação, “já que está em causa o desaparecimento de uma espécie endémica da nossa região que deveríamos preservar pelo bem da biodiversidade”, e anunciam que vão procurar saber junto do governo se tem conhecimento da situação e se tem algum plano para minimizar eventuais danos.
Artigo publicado em Esquerda.Net