“A EDP vai pagar a Mexia só pelo seu silêncio 2,4 milhões de euros, o suficiente para pagar quase três meses de salário aos trabalhadores dos CallCenters. Vergonha e escândalo!” lê-se na convocatória dos trabalhadores dos Call Center da EDP da Randstad II e da Manpower em Seia, Lisboa e Évora.
“O salário mínimo é cada vez mais o objectivo que perseguem e porque não pode ser abaixo”, dizem na convocatória para a greve que pretende aumentos salariais e direitos para quem está em teletrabalho. “Não é possível manter estas práticas que apenas contribuem para a precariedade das relações de trabalho e uma economia cada vez mais debilitada”, insistem.
Esta greve é decidida depois de vários processos negociais onde dizem que as empresas contratantes “vergonhosamente descartam qualquer quadro de aumento salarial” ou, no caso da Manpower, entre “0 a 30 euros”. As disparidades também são apontadas, como o caso das chefias da Randstad II que têm um diferença, comparando com os colegas de Seia, de 175€ no salário base.
Acusam a EDP, que os subcontrata através das empresas Manpower e da Randstad, de ter lucros “na ordem do 900 Milhões em 2020” e de “pagar a Mexia só pelo seu silêncio 2,4 milhões de euros” o que daria para pagar “3 meses de salários ao trabalhadores dos Call Center”.
Além do aumento salarial, no caderno reivindicativo estão as compensações pelo teletrabalho que dizem estar a aumentar os lucros das “empresas prestadoras, que alugam a nossa mão-de-obra”, arrecadando “valores muitos significativos, resultantes das poupanças (luz, internet, água, limpeza, manutenção, materiais de trabalho, etc.)” o que contrasta com o que dizem ser a falta de preocupação com as “condições de prestação de trabalho”.
A greve concretiza-se com paralisações “na primeira e última hora de cada horário” das 0 horas de 22 até à 1 hora de dia 29 de março na Randstad II e até às 24 horas de 28 de março na Manpower. Estão ainda a preparar “uma acção junto da EDP para entregar um ‘prémio’ pela forma como tem feito crescer o número de precários no País”, exigindo, assim, a integração nos quadros da empresa.
Trabalhadores do Call Center de Seia em greve pelo pagamento das despesas com o teletrabalho
Greve no Centro de Contacto da EDP de Seia e Lisboa com “grande adesão”
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