Em 2011 um grupo de jovens promotores do protesto da Geração à Rasca de Viseu tentou falar com o então Primeiro Ministro José Sócrates, tendo sido brutalmente reprimidos por seguranças e militantes do PS. No dia 12 de março a maior manifestação apartidária depois do 25 de Abril saiu à rua.
Uma das raparigas que se fazia ouvir foi pontapeada, depois de entregar duas máscaras, uma rosa e outra laranja, ao primeiro-ministro. As imagens que então avançaram pela imprensa foram expressivas de como escalou a repressão do que pretendia ser apenas um ato simbólico e apartidário, conforme explicado num comunicado de imprensa da altura, pela Geração à Rasca de Viseu (GARV):
“As máscaras foram oferecidas para que o Engenheiro Sócrates as pudesse usar consoante o discurso político que utiliza. Uma vez que as suas políticas se confundem demasiadas vezes com políticas de outras cores partidárias. Note-se que este protesto NÃO É anti-governo nem direccionado a um só partido ao contrário do que foi já avançado por alguns órgãos de comunicação social. Este protesto é, isso sim, apartidário e contra estas políticas saturadas, em que mudam os partidos mas as políticas pró-precariedade continuam maioritárias.”
Os jovens acabaram por não conseguir o que pretendiam, falar com o Primeiro Ministro, aproveitando a sua vinda a Viseu. No discurso que tinham preparado para a ocasião explicavam a simbologia das máscaras e anunciavam que era chegada a hora da Geração à Rasca falar, com o aproximar do dia 12 de março, data das manifestações da GAR que ocorreram por todo o território nacional e também noutros países.
No seguimento da polémica do episódio ocorrido em Viseu, a mobilização para as manifestações de 12 de março de 2012 foi extremamente significativa. Estas manifestações da GAR representam um marco inquestionável para a história de Portugal, foram as maiores manifestações não vinculadas a partidos políticos desde o 25 de Abril de 1974.
«O protesto encheu a Avenida da Liberdade em Lisboa. As estimativas para o número de pessoas presentes no protesto em Lisboa variaram entre as 200 000 e as 300 000 pessoas. Houve também manifestações no Porto (80 000 pessoas), Funchal, Ponta Delgada, Viseu, num total de 11 cidades portuguesas. Houve também manifestações mais pequenas em Barcelona, Londres, Berlim, Haia, Madrid, Liubliana, Luxemburgo, Bruxelas, Maputo, Nova Iorque, Copenhaga e Estugarda em frente às embaixadas de Portugal.» Wikipédia
Cerca de 1500 pessoas passaram esta tarde pelo protesto das Gerações À Rasca
Num momento em que em Portugal existiam 619 mil desempregados inscritos no centro de emprego (fora os que não estavam inscritos), metade dos quais com menos de 35 anos, e em que 1 milhão de portugueses se encontrava em situação de precariedade, a Geração à Rasca acabou por estar na origem de uma iniciativa legislativa popular.
A iniciativa cidadã apresentou ao Parlamento uma proposta de Lei Contra a Precariedade no trabalho com mais de 35 mil assinaturas sem recurso à internet.