A Praça 2 de Maio é um dos locais mais emblemáticos da cidade de Viseu, tendo sido, até ao final da década de noventa do século passado, o seu principal mercado abastecedor de frescos. Atualmente numa versão do arquiteto Siza Vieira, que nunca reuniu consenso, volta a gerar polémicas, tanto por uma anunciada obra de renovação, como por uma cobertura provisória lá instalada há mais de 6 meses.
Em 2015 o Município de Viseu dinamizou o “Concurso de Ideias para a Revitalização do Mercado 2 de Maio”, colocando a discussão a cobertura e requalificação da praça histórica da cidade. Entretanto, no final de 2019, é aberto concurso público para a execução de obras de requalificação que incluíam uma cobertura a funcionar como um grande painel fotovoltaico, com cerca de 4.300 m2.
Na passada semana a obra foi adjudicada em reunião de executivo, “cujo investimento ascende a 4,3 milhões de euros”, como se pode ler em comunicado da Câmara. Projeto que “prevê, além da cobertura, a execução de um novo sistema de climatização para as lojas, trabalhos gerais de construção civil e requalificação de espaços exteriores”. Anúncio que tem gerado controvérsia pelo receio de uma maior descaracterização do espaço e por não ter em conta o concurso de ideias de 2015, levando a questionar o porquê de todo esse processo para o qual houve investimento e a tentativa de tornar a discussão pública.
Mas enquanto a revitalização é discutida, a verdade é que o Mercado já se encontra coberto há mais de 6 meses, estando as várias magnólias lá plantadas privadas de água desde novembro do ano passado. O facto já levou à afixação anónima de uma faixa com o texto “ESTAS ÁRVORES ESTÃO A MORRER! Confinadas desde 2019, não sofrem de COVID 19, mas sim de mau trato… Estão provadas de chuva há mais de 6 meses. Água essencial à sua sobrevivência”.
Escrito por CG
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