O Observatório Ibérico de Energia (OIE) denunciou a construção de um novo armazenamento temporário individual (ATI) em Almaraz, que irá receber resíduos nucleares de quatro centrais espanholas (Almaraz I e II, Ascó, Cofrentes e Vandellos II).
Em comunicado enviado à agência Lusa, o OIE refere que “esta nova situação é de uma gravidade extrema. Praticamente todos, todos os resíduos das centrais nucleares de Espanha (quatro de sete) serão armazenados em Almaraz”, a cerca de 100 quilómetros de Portugal, numa das margens do rio Tejo.
O Observatório exige ao Governo português uma tomada de posição e esclarecimento sobre a situação.
Ao Governo do Estado Espanhol, exige que esclareça se “notificou o Governo português ao abrigo dos acordos sobre a matéria”. “Vimos alertar a opinião pública para a necessidade de se manifestar e pressionar os dois governos e por fim a esta situação”, sublinham os ambientalistas.
Nesta terça-feira, a EFE, agência de notícia espanhola, dava conta, segundo a Lusa, que o Conselho de Ministros tinha autorizado a Enresa “a contratar a conceção, apoio ao licenciamento, fabrico e fornecimento de um sistema de armazenamento de combustível nuclear irradiado para quatro centrais nucleares espanholas no valor máximo de 220 milhões de euros”.
Segundo a EFE, citando uma nota do Ministério da Transição Ecológica, as centrais nucleares que vão beneficiar da nova infraestrutura serão as de Almaraz (Cáceres), Ascó e Vandellós II (ambas em Tarragona) e Cofrentes (Valência).
A Enresa é uma entidade pública, sem fins lucrativos, criada em 1984 como entidade pública, responsável por recolher, tratar, acondicionar e armazenar os resíduos radioativos gerados em qualquer parte do Estado Espanhol.
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