O nome mudou de Grupo LGBT do IPB, para Movimento LGBTIQ de Bragança, porque sentimos que não estávamos a ser inclusivos para com aqueles que não eram do IPB, além que semanticamente poderia dar a entender que eramos um grupo fechado para pessoas novas e exteriores ao IPB e que não era tão ativo como ativistas, quando era completamente o oposto.
O movimento começou com cerca de vinte pessoas, a maior parte estudantes de Erasmus/Mobilidade Internacional. Quando estes aos poucos foram indo embora, o grupo começou a diminuir, até às sete pessoas que hoje tem.
Foi ainda em 2017 que a ideia de fazer uma marcha surgiu, e mais tarde numa apresentação de uma peça de teatro “Rosa para Eles e Azul para Elas”, uma peça sobre questões de género, numa conversa de reflexão, aberta com a plateia, surgiu o desafio de fazer a marcha, vindo de um elemento do “Braga fora do Armário”. Depois disso tudo se começou a desencadear e começou todo o plano para o grande dia.
Todo o processo foi cheio de obstáculos, ou por falta de meios, ou até por todas as vezes que ouvimos que “não havia necessidade de fazer uma marcha em Bragança”, já para não falar do tumulto que foi a nível político aqui na cidade. Mas felizmente tivemos muito apoio quer a nível do IPB – Escola Superior de Bragança, quer com coleg@s de outros coletivos, quer ajuda de dois partidos políticos da cidade. Sem eles nada disto era possível, obrigado.
Muito se falou desta marcha, muitas vezes passando a mensagem de que quereríamos transmitir que Bragança, era conservadora e que era uma péssima cidade. Bragança não é uma péssima cidade, é uma cidade linda, com pessoas simpáticas e disponíveis para o outro.
Se, se pode melhorar isto? Claro que sim, é necessário, e defendo isto sempre, desconstruir, levar informação às pessoas, é preciso que as pessoas conheçam pessoas da comunidade LGBT ou que tenham uma expressão de género diferente. Bragança não é a aldeia que muitas pessoas, que não conhecem, pensam. Bragança não é menos desenvolvida. Bragança é uma cidade do interior de Portugal, que como muitas outras (do interior do país) sofrem do chamado “centralismo”, onde todas as oportunidades estão nas chamadas grandes cidades.
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