Arlindo Consolado Marques, também conhecido como o Guardião do Tejo, é um ativista ambiental que toda a gente conhece pela luta que tem travado contra a poluição do rio Tejo e nos seus afluentes. Foi um dos participantes da sessão “Ambiente do Avesso?”, organizada pelo Interior do Avesso e deixou-nos o seu testemunho.
Arlindo refere que a luta contra poluição no rio Tejo é uma luta bastante complicada, tem-no feito “com a divulgação de vídeos da grave poluição que andou neste rio proveniente de uma fábrica em Vila Velha de Ródão, da qual me foi movido um processo. Devido a essa grande luta, minha e da Protejo, conseguiu-se que isto chegasse a Assembleia da República.” Depois do esforço, “conseguiu-se resolver minimamente o problema com a construção de uma ETAR”, por parte da Celtejo.
Mas segundo o Guardião do Tejo, “a luta tem que continuar” e acrescenta que “eu como gosto do rio, vou estando sempre de olho nele, desde pequeno que aqui aprendi a nadar, o meu avô era pescador. Aqui é que eu me sinto bem”.
Outro dos focos de poluição no rio Tejo e nos seus afluentes são as Estações de Tratamento de Águas Residuais das vilas e aldeias da região que “não tratam os efluentes”, diz Arlindo.
Um dos problemas estruturais do Tejo são os caudais, já que “parte dos dias o rio vai praticamente vazio e noutros dias leva muita água” e o ativista vinca que a Convenção de Albufeira não está a ser cumprida, um acordo feito entre Portugal e Espanha.
Esta importante luta “não pode ser travada só por mim”, refere, e acrescenta que “as entidades, nomeadamente a APA, o SEPNA têm que estar mais com os olhos” no rio Tejo e “eu enquanto puder, vou olhando pelo rio, denunciando. Água é vida!”.
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