Antiga Milnorte: Câmara Municipal de Peso da Régua “não tem vindo a trabalhar para as pessoas e sim para os interesses imobiliários”

Câmara da Régua sugere que a população tem acesso ao rio Douro num local onde a água é imprópria, desvalorizando a criação de uma praia fluvial na zona da antiga Milnorte, onde a água é própria para banhos. Bloco de Esquerda fez uma conferência de imprensa junto ao Cais da Régua sobre a poluição no rio Douro.

A conferência de imprensa, além da candidata à Câmara Municipal, Enara Teixeira, e do candidato à Assembleia Municipal, Vasco Valente Lopes, contou com a presença da Deputada na Assembleia da República, Maria Manuel Rola, que considera “incompreensível” que o executivo da Câmara da Régua permita “a possibilidade de construção megalómana nas margens do rio”, nos terrenos da antiga Milnorte, “numa zona de Património Mundial da Unesco”.

O Bloco de Esquerda tem vindo a intervir em relação aos terrenos da antiga Milnorte, defendendo o seu aproveitamento para responder à necessidade de investir num espaço de fruição do Douro para as pessoas que vivem e visitam o Peso da Régua.

“A Milnorte é uma solução não só para os desportos náuticos, como para o acesso ao rio por parte de toda a população da Régua que não tem uma praia fluvial, sendo que a Régua é uma cidade que está voltada para o rio”, sublinha Enara Teixeira.

Porém, o executivo autárquico tem outros planos e está “a facilitar de todas as formas” a vontade de entidades privadas para a construção de um empreendimento turístico no local, “que, diga-se de passagem, tem também interesses especulativos brutais já que trabalham também com vistos gold”, faz notar Maria Manuel Rola.

“Da nossa parte parece-nos claro que este executivo não tem vindo a trabalhar para as pessoas […] para garantir o usufruto do rio e até a qualidade a nível do ecossistema e tem vindo sim a trabalhar na entrega a interesses imobiliários”, remata.

“A questão da qualidade da água é crucial e demonstra a total falta de respeito do atual executivo para com a população da Régua”, adiantou a candidata à Câmara Municipal.

Vasco Valente informa que o Bloco de Esquerda já fez várias questões sobre os terrenos da Milnorte e o seu aproveitamento para usufruto da população, nomeadamente aos ministérios do ambiente, da cultura e das infraestruturas, bem como à Câmara Municipal da Régua que respondei “que a Régua já tem esse tipo de equipamento, fala numa ecopista de 3200 metros” através da qual a população teria acesso ao rio.

Nesse sentido, a conferência de imprensa ocorreu no local referenciado, onde se pode ver “que o acesso ao rio é muito limitado, não é nada seguro, dizer que as crianças têm aqui acesso ao rio é uma mentira”, fez notar o candidato à Assembleia Municipal, acrescentando que o Bloco fez “aquilo que a Câmara Municipal não fez, que foi analisar a água”.

Das análises feitas resultou que, na zona do Cais, a água é imprópria para banhos, com “elevados níveis de poluição”, mas que na zona da antiga Milnorte é adequada a esse fim.

Para Enara Teixeira, a proposta do Bloco para a Milnorte seria “essencial para mudar o paradigma do turismo na Régua”, no caminho de um “turismo sustentável”, por oposição ao que agora existe, “descaradamente de elite”.

 

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