A Assembleia de Credores do grupo Sousacamp esteve reunida esta quinta-feira no Tribunal de Vila Flor para votar o seu plano de insolvência. Há uma proposta para viabilizar a empresa de produção de cogumelos, que foi comprada em dezembro por uma gestora de capital de risco, a CoRe Equity. Mas nela está prevista a saída de 90 trabalhadores.
Apesar do administrador judicial, Bruno Costa, garantir à Lusa que a “redução necessária ao quadro de pessoal” será feita dando “primazia absoluta a acordos de rescisão por mútuo acordo, assegurando-se o pagamento integral e imediato da totalidade dos créditos laborais que correspondam a cada colaborador”, as trabalhadoras decidiram que não vão aceitar os termos do “acordo de rescisão amigável” que lhes estão a ser propostos, por considerarem que não contempla os valores justos e legalmente consagrados. Querem, em primeiro lugar, fazer passar a mensagem da “absoluta necessidade do plano de recuperação garantir a manutenção integral dos postos de trabalho, tanto mais que assenta numa proposta de perdão de dívida que envolve dinheiro público”.
Acusam também a administração de se imiscuir na definição do representante dos trabalhadores nesta Assembleia, fazendo uma recolha de assinaturas que lhes permitiu definir este lugar. Para o SINTAB, Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação e Bebidas, trata-se de uma “clara e grosseira ingerência da administração na autonomia de gestão das organizações representativas dos trabalhadores”. O sindicato acusa os inspetores da ACT de “incentivar os trabalhadores para aceitar propostas de despedimento abusivas”.
(Escrito por MFS)