Numa paragem em Fiais da Telha, no concelho de Carregal, no âmbito do périplo ambiental, onde se iria construir uma pedreira em zona protegida e próxima de habitações, Marisa Matias referiu que “estamos perante o exemplo de quem vai à luta pode conseguir resultados”.
A segunda paragem do périplo ambiental com Marisa Matias realizado hoje, dia 19 de novembro, foi em Fiais da Telha, uma localidade do concelho de Carregal do Sal, onde no início do ano 2020 a população travou uma luta contra a reativação de uma pedreira, sem licenciamento, próxima de habitações e em zona protegida. O momento com mais visibilidade foi a concentração realizada no mês de fevereiro que juntou centenas de pessoas na pequena localidade.
Marisa Matias disse que “este é um movimento muito importante porque é um daqueles em que o desfecho foi a favor da luta das populações. Estava a tentar reativar-se uma pedreira que se mantinha desativada desde 1972 para fazer nova extração sem haver licenciamento nem consulta às populações” e acrescentou que “não sabemos se a finalidade era a extração ou criar aqui um depósito de resíduos industriais”.
A candidata à presidência da República referiu que “estamos perante o exemplo de quem vai à luta pode conseguir resultados e se não fossem estas pessoas a levantar este movimento muito possivelmente estaríamos a visitar um depósito ou uma extração em vez de um espaço preservado”.
Rui Lopes, um dos representantes do movimento “Juntos contra a pedreira”, também esteve na visita, afirmou que “há perto de um ano, a empresa descarregou no local maquinaria pesada e estavam preparados para começar a fazer a extração de inertes aqui na nossa terra”.
“Juntamo-nos e demos início à luta que nos levou à vitória porque nesta fase já podemos cantar vitória, mas se tentarem estamos cá na mesma para os impedir. Fizemos uma série de diligências, foi importante o apoio dos partidos que abraçaram a nossa causa, da Câmara Municipal, de alguns empresários e sobretudo do povo desta nossa aldeia que ainda mantém a tradição de ser um povo unido”, apontou Rui Lopes.
Segundo o porta-voz do movimento, “as consequências estão à vista de toda a gente. O pó de granito é altamente cancerígeno, a extração de granito é feita com recurso a explosivos e iria também aumentar o trânsito de camiões pesados pelo interior da aldeia. Iríamos ter perto de 40 a 60 camiões pesados a atravessar os Fiais”.