Neste artigo damos a conhecer uma mensagem de Januário Torgal Ferreira, bispo emérito das Forças Armadas e Segurança, sobre a passagem dos 45 anos do assassinato de Max e Lurdes. Lembramos a Associação Padre Maximino e divulgamos uma edição de 1977 de textos e notícias da ação de Max e do crime político de que foi vítima. Por Esquerda.net
“O bradar de um não esquecimento”
“Fazer memória da barbaridade ocorrida, e logo no despertar da democracia, é o bradar de um não esquecimento ! O serviço ao povo desperta sempre o protesto de quem se oporá sempre à transformação. Prossegue entre nós esse cântico de escravos. É bom lembrar a nossa dívida à Vitória dos vencidos”
Januário Torgal Ferreira, bispo emérito das Forças Armadas e Segurança
Associação Padre Maximino
Sobre a passagem dos 45 anos do crime político, Belmira Claro, presidente da Associação Padre Maximino disse-nos: “É bom os jovens terem conhecimento de pessoas que foram capazes de dar a sua vida em prol da cultura, do desenvolvimento, da defesa dos mais pobres”. E sublinhou: “É importante transmitir o exemplo dele”.
Atualmente a associação e a sua ação cultural atravessam grandes dificuldades, devido à pandemia, mas no dia 2 de abril de 2021 deixou a seguinte mensagem na página no facebook:
“Assinala-se nesta sexta-feira Santa, dia 2 de Abril, 45 anos da morte trágica de Maximino Barbosa de Sousa, o Padre Max, que dá nome à nossa Associação.
Infelizmente a Sessão Evocativa à sua morte, como sabem, continua a ser adiada devido às restrições do combate à pandemia. (…)
Mas lembrem-se: “Não vos mataram: Semearam-vos!“…
Folheto de 1977
Quando decorreu um ano do assassinato, foi publicado um documento, com o título “Não vos mataram. Semearam-vos” e editado por “Grupo Antifascista de Homenagem ao Padre Max e Maria de Lurdes”. Incluímos aqui este documento, em pdf1.
Na introdução deste documento, o Padre Mário de Oliveira sublinhava: “Porque se recusou a adorar a «Besta» do Poder constituído, porque não equacionou a sua vida em termos de Poder sobre o Povo, mesmo quando aceitou candidatar-se a deputado como independente (ainda aí) o seu lema era aquele exigente «servir o Povo e nunca servir-se dele».
De entre os documentos transcritos está o texto da intervenção do Padre Max no 2º Congresso da UDP, onde ele afirma: “Além do mais é base no sacerdócio o seguinte: «SERVIR O POVO E NUNCA SERVIR-SE DELE».
Nota:
1 Agradecemos a Paulo Bateira a disponibilização deste documento
Publicado por Esquerda.net a 4 de abril de 2021
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