População sem esperança que comboio regresse a Barca d’Alva

Estação de Barca D'Alva
Foto por Antero Pires from Corroios, Portugal, CC BY-SA 2.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0>, via Wikimedia Commons
Há duas semanas a Assembleia da República manifestou-se a favor da reabertura da linha do Douro entre Pocinho e Barca d’Alva. Quem vive na aldeia fronteiriça já deixou de acreditar que voltarão a haver comboios.

Os comboios deixaram de seguir até Barca d’Alva em outubro de 1988. Durante os mais de 30 anos decorridos, a reabilitação dos 28 quilómetros de linha entre Pocinho, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, e Barca d’Alva, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, tem sido defendida por algumas entidades, mas sem nunca ter reunido tanto consenso.

No passado dia 12 de março, a Assembleia da República aprovou, por unanimidade, os projetos de resolução que defendem a requalificação da Linha do Douro e a reabertura do troço Pocinho – Barca d’Alva… Mas o Ministro das Infraestruturas avisou que é preciso “encontrar dinheiro” para financiar a obra, com custo estimado superior a 40 milhões de euros, e a população continua descrente, segundo artigo do Jornal de Notícias (JN).

Luís Patrício, de 79 anos, antigo ferroviário natural da aldeia de Barca d”Alva, contou ao JN que “quando fecharam a linha fez-me muita falta, agora, se não reabrir já não me importa”. “Em ano de eleições, abrem sempre coisas”, ironizou.

“Vieram cá uns meses antes festejar os 100 anos da linha e a seguir encerraram-na”, recordou, acrescentando que a aldeia perdeu muito. Só em serviços de segurança e fiscalização “foram mais de 100 pessoas ao ar”.

Alfredo Mendo, outro residente da aldeia fronteiriça com quem o JN falou, também não acredita no regresso do comboio, “porque não temos peso político na região para forçar a reabertura”.

Já Nelson Guerra demonstra-se mais optimista, confiando que “a linha vai ser reativada apenas entre Pocinho e Barca d’Alva”, sem a ligação a Salamanca que também é proposta. “Faz muita falta para quem tem de se deslocar ao Porto”, acrescentou ao JN, considerando que seria vantajoso para o pai que tem um restaurante.

 

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