Marisa Matias marcou presença na marcha lenta contra as portagens da A23 e A25 que se realizou nos distritos da Guarda e Castelo Branco hoje, 20 de novembro. A candidata às presidenciais referiu que “falta a vontade política para colocar o interior na agenda nacional”.
A comitiva de Marisa Matias, candidata à presidência da República, esteve presente hoje na marcha lenta contra as portagens da A23 e A25, organizada pela Plataforma pela Abolição das ex-SCUT. O protesto partiu de vários pontos do distrito de Castelo Branco e da cidade da Guarda para ter fim no Fundão.
Marisa Matias explicou o motivo de se ter juntado a esta luta. Referiu que “estou aqui a defender um modelo de país que tem de ser assente na coesão territorial e na justiça social” e apontou que a questão das portagens “já é uma questão muito antiga”.
Para a candidata às presidenciais, “estas questões afetam mais o interior do que outras regiões do país. Estamos a falar de regiões que não estão servidas de transportes públicos, que deveriam estar mas não estão, que não têm as mesmas acessibilidades e quando têm boas acessibilidades sem alternativa decente tem custos que recaem várias vezes sobre quem as utiliza, nomeadamente através das portagens. Portanto, não é justo”.
Sobre o movimento pela abolição das portagens, Marisa Matias frisou que “é um movimento que tem o apoio porque não podemos continuar a ter um país que tem tanta desigualdade do ponto de vista do investimento e do cuidado pelas populações”.
“Temos um país que infelizmente não tem as mesmas respostas pelos diferentes poderes e ai são responsáveis, não só os governos, mas todos os órgãos de soberania” e acrescentou que “falta vontade política para colocar o interior na agenda nacional e estamos a falar de uma parte fundamental do território para fazer um projeto de futuro, que nos permita fazer uma transição ecológica, que nos permita ter circuitos curtos de distribuição, que nos permita ter emprego de qualidade e que nos permita respeitar o ambiente e a saúde pública”, apontou a candidata.
Marisa Matias ainda comentou o orçamento de Estado e afirmou que “falta resposta para o interior e é uma falta de resposta de há muito tempo. Por isso continuamos a ter situações como esta onde há uma promessa de uma suposta redução das portagens que na realidade é uma falsa redução”.
Por sua vez, Jorge Mendes, coordenador distrital do Bloco de Esquerda da Guarda, que também esteve presente na marcha de protesto disse que “a posição do Bloco nacional e na Guarda foi sempre contra o pagamento das portagens e pela reposição das ex-SCUT. Portanto, esta luta para nós é uma luta extremamente justa”.
O dirigente acrescentou que “o Bloco já propôs por várias vezes a abolição completa das portagens, mas não tem sido possível. Neste momento, na Assembleia da República está uma proposta de eventual redução de 50% a partir de junho e mesmo não concordando com o pagamento de qualquer valor estaremos à disposição, no contexto atual, de pelo menos viabilizar isso em nome das populações”.
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