O Observatório Técnico Independente, criado pela Assembleia da República, diz que não se sentem “seguros de que o país esteja suficientemente preparado para enfrentar eventos da mesma magnitude”, apesar de melhorias “nalguns componentes”.
É preciso que “o planeamento e operacionalização em matéria de prevenção e defesa da floresta contra incêndios” tenham uma “visão inclusiva de todos os agentes, numa conjunção de esforços entre as várias entidades envolvidas a partir de um modelo de interagência”.
“Houve passos dados desde 2017, mas um longo caminho está ainda por fazer”, dizem enquanto alertam para o facto do contexto de risco tender “a agravar-se como resultado das mudanças na paisagem e das alterações climáticas em curso”.
Para este observatório, há “variáveis determinantes” que “permanecem sem alterações estruturais”, a saber: “ordenamento, gestão florestal, recuperação de áreas ardidas e mitigação do risco desadequados; insuficiente formação e qualificação dos agentes; indefinição no modelo de organização territorial a adotar pelos serviços do Estado com particulares responsabilidades no sistema; a precariedade laboral de diversos agentes; falta de recrutamento para lugares de comando operacional; e a manutenção de alguns comportamentos de risco pela população em condições favoráveis à ocorrência de incêndios”.
Nas conclusões da nota emitida por este observatório, dizem ser necessário “agir hoje para prevenir este tipo de risco e suas consequências, a médio e longo prazo”, e que não nos devemos sentir satisfeitos “pelo quanto já foi feito, mas antes que se concentre, com considerável e avisada humildade, no muito que está ainda por fazer”.
Esta nota surge como “homenagem à Memória das Vítimas dos Incêndios Florestais e de dar a conhecer a sua visão coletiva sobre o caminho que foi feito e o que, na opinião deste Observatório, falta fazer”, sendo que o dia 17 de junho é o Dia Nacional em Memória das Vítimas dos Incêndios Florestais.
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