Quercus alerta que 28% das áreas afetas à prospeção de lítio são áreas protegidas

Mina a céu aberto
Mina a céu aberto

Ambientalista da associação Quercus, Samuel Infante, afirma que é uma “vergonha” o Governo insistir com o plano de exploração de lítio.

“É uma vergonha o Governo continuar a insistir com o plano de exploração de lítio. E, aqui na região [distrito de Castelo Branco] vamos lutar até às últimas consequências, com as populações”, afirmou à agência Lusa Samuel Infante da Quercus.

O relatório de avaliação ambiental preliminar do Programa de Prospeção e Pesquisa de Lítio, em consulta pública até 10 de novembro, identificou “alguns riscos” nas oito potenciais áreas, localizadas no Norte e Centro do país, reconhecendo ainda assim ser uma oportunidade para a “descarbonização da economia”.

Segundo a Lusa, o ambientalista da Quercus realça que esta insistência do Governo “não faz qualquer sentido” e sublinha que “cerca de 28% das áreas afetas a prospeção estão no sistema nacional de áreas protegidas”.

“Estamos a falar de áreas que o Estado português se comprometeu a proteger e a salvaguardar e que tem valores únicos de conservação e de modelos de desenvolvimento”, sublinha, exemplificando que, no distrito de Castelo Branco, o programa envolve o Parque Natural da Serra da Estrela, a Serra da Gardunha, o Parque Natural do Tejo Internacional (PNTI) e o Geopark Naturtejo Geopark da Meseta Meridional (Geoparque Mundial da UNESCO).

Áreas que, lembra o ambientalista, têm “elevado valor em termos de conservação. A própria avaliação ambiental identifica estas áreas e identificou mais de 116 espécies com interesse conservacionista, ou seja, espécies que estão em perigo de extinção e que existem nestas áreas”.

Samuel Infante reforçou ainda à Lusa a ideia de que “não faz qualquer sentido” insistir neste tipo de “indústria pesada, destrutiva e contaminante, quando Portugal não é um ‘player’ significativo” nesta área.

“Todas as atividades têm impactos positivos e negativos. Mas, neste caso, claramente os negativos superam os possíveis benefícios económicos”, rematou.

 

Avaliação ambiental estratégica do lítio em consulta pública até 10 de novembro

Relatório ambiental para exploração de lítio no centro e norte do país está em consulta pública

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