Sindicato, através de comunicado, acusa a empresa de ter instaurado um processo disciplinar a uma trabalhadora, acompanhando de um “castigo” de um mês, com a desculpa de que a mesma colocou em causa a empresa no exercício das suas funções de dirigente sindical.
Segundo notícia da Rádio Cova da Beira (RCB), que teve acesso ao comunicado, de acordo com o sindicato “não é a primeira vez que a «Twintex», com argumentos, pressões e testemunhas disponíveis para omitir a verdade, ataca as dirigentes sindicais”.
O sindicato acusa a empresa de já ter tido o mesmo comportamento, de “actos de assédio”, com três trabalhadoras. Esta pressão terá por objetivo “destruir a organização sindical na empresa”, resultando “de as dirigentes e delegadas sindicais serem firmes e não deixarem de denunciar os comportamentos imorais e ilegais dos sócios gerentes da empresa”.
O Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Baixa declara que, apesar das pressões, as trabalhadoras irão continuar a denunciar o uso e adaptabilidade do horário, “há anos que não sabem o que é sair às 17:00, pois quase sempre lhes é imposto trabalhar mais uma hora por dia sem ser paga como trabalho suplementar e sem saberem quando vão gozar o tempo trabalhado a mais”. “O aumento dos salários e do subsídio de alimentação e a exigência de medidas de protecção face à pandemia são outras das reivindicações”, segundo a notícia da RCB.
O comunicado acrescenta também que as trabalhadoras já colocaram as entidades competentes a par da situação, chamando a atenção para que a empresa “se aproveita imoralmente da pandemia para «ir ao pote» do orçamento de estado e “da segurança social”, acrescentando ainda que “em Maio de 2020 recorreram ao «Lay Off» reduzindo o horário de trabalho em uma hora por dia”.
O Sindicato conta que a Twintex “hipócrita e cinicamente, pretende recorrer à retoma progressiva da actividade e pretende ocupar as horas de redução do período normal de trabalho com formação no posto de trabalho e ao mesmo tempo pressionou a mudança do feriado de Carnaval para outro dia, dizendo que era por ter de responder às encomendas”, afirmando que “desde final de Agosto de 2020 até ao dia 11 Janeiro 2021 as trabalhadoras estiveram com a adaptabilidade do horário de trabalho a realizar mais uma hora por dia”.
“Este comportamento não é novo e é uma afronta aos trabalhadores, à organização sindical na empresa e ao seu sindicato e pode configurar um expediente para «sacar» dinheiro que é de todos nós”, afirma o sindicato no comunicado, acrescentando que “é do conhecimento do poder político local e nacional, do poder judicial e da ACT que a «Twintex» e as empresas que lhe deram origem, actua à margem da lei”.
De acordo com a RCB, estes comportamentos por parte da empresa, não vão fazer o sindicato “recuar um milímetro naquilo que é a defesa da dignidade das trabalhadoras e das suas representantes”.
O Sindicato remata o documento defendendo que “a segurança social e o IEFP devem apurar da legitimidade e da legalidade do recurso ao «layoff» e do recebimento de apoios” e exigindo a actuação da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) para que a empresa “perceba de uma vez por todas que não pode continuar a agir impunemente”.
A RCB tentou, sem sucesso, contactar a administração da “Twintex”.
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