Formação para a gestão integrada de fogos rurais: “não se pode ir adiando mais o inadiável”

Floresta
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Segundo o Observatório Técnico Independente (OTI), desde 2017, a resposta do sistema científico à problemática dos incêndios tem sido significativa. No entanto a incorporação do conhecimento científico e da experiência na formação dos agentes tem tardado.

No final de 2017 foi criado um programa de financiamento específico para a investigação científica sobre incêndios florestais em Portugal. Outra iniciativa foi a criação, em 2018, do Laboratório Colaborativo do Fogo e da Floresta (ForestWISE). “É também de referir como muito positiva a evolução do IPMA [Instituto Português do Mar e da Atmosfera]  na sua abertura e integração do conhecimento meteorológico na ligação às entidades operacionais, em particular a ANEPC [Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil].” 

Apesar destes aspetos positivos “a incorporação do conhecimento científico e da experiência na formação dos agentes não está suficientemente desenvolvida.” Rever o plano de formação de todas as entidades do dispositivo era uma das competências da AGIF (Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais), de acordo com a Resolução do Conselho de Ministros de outubro de 2017. Passado um ano, em 2018, o Governo “decidia sobre a criação de uma rede nacional de formação e investigação em proteção civil envolvendo a Escola Nacional de Bombeiros, instituições de ensino superior, unidades de investigação e laboratórios colaborativos, sob a égide da ANEPC.” 

No mesmo ano, o Observatório recomendava ao Governo “a maior urgência na criação, regulamentação e financiamento de um Programa Nacional de Formação específica para a gestão integrada de fogos rurais”, mas só recentemente se verificaram alguns desenvolvimentos nesta matéria. Apenas passados quase três anos, o documento da Estratégia 20-30 do PNGIFR [Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais] indica que serão dados passos nesse sentido, anunciado que será publicado um roteiro para o novo modelo de qualificação.

O OTI considera que “este é um tema de extrema urgência e importância sobre o qual o Observatório chamou à atenção desde o seu início e para o qual trabalhará, articulando a sua reflexão com a AGIF. Não se pode ir adiando mais o inadiável.”

 

Ver também:

17 de Junho: Dia Nacional em Memória das Vítimas dos Incêndios Florestais

Dos incêndios florestais à criação do Observatório Técnico Independente

Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais: houve uma mudança no sistema?

Observatório Técnico Independente: A criação da AGIF revelou-se “um fim em si mesmo”

Portugal não está preparado para incêndios como os de 2017

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