Prova disso foram os constantes encerramentos de serviços públicos essenciais para a fixação das populações, como estações dos correios, serviços de saúde, escolas, repartições de finanças e até extinção de tribunais, sempre com argumentos meramente economicistas.
Como se não bastasse, ainda tivemos a introdução de portagens, que veio agravar ainda mais a mobilidade de pessoas e mercadorias, afastando investimentos e fomentando o aumento das assimetrias litoral/interior.
Com isto e sendo eu residente na cidade da Guarda, a qual é servida pelas autoestradas A25 (Aveiro/Vilar Formoso) e A23 (Guarda/Torres Novas), duas antigas Scut (estradas sem custos para o utilizador) desafio todos e todas que nos visitam, a deslocarem-se por transporte rodoviário nas chamadas vias alternativas (tantas vezes prenunciadas pelos nossos governantes e por alguns deputados), utilizando para um dos percursos possíveis [entre Lisboa e Guarda] as estradas nacionais N2, N16, N17 e N18 que, em alguns locais, até já foram municipalizadas.
Com toda a certeza, vão perceber o estado destas estradas e o porquê da necessária abolição das portagens na A23 e A25, que foram concebidas como um instrumento de correção de assimetrias regionais, numa região onde, segundo o Instituto Nacional de Estatística, a maior parte dos concelhos servidos por elas estão bem abaixo da média nacional do poder de compra per capita.
Se dúvidas houver, como consequência do despovoamento, dificilmente encontrarão alguém para vos ajudar!
Ativista associativo, desde novo com grande participação no Movimento Estudantil. De 2008 a 2012 foi Presidente da Associação Académica do Instituto Politécnico da Guarda. Licenciado em Animação Sociocultural, é proprietário de uma empresa de Animação & Eventos. Atualmente é membro externo do Conselho Geral do IPG. Membro da Comissão Coordenadora Distrital da Guarda do BE e Deputado Municipal na Assembleia Municipal da Guarda.