Ao lema “Não à mina, Sim à vida”, juntou-se este sábado o lema “Futuro minado, não obrigado!”. O que seria apenas uma concentração de protesto “contra o atentado ambiental da exploração de lítio em Portugal.” transformou-se numa manifestação de cerca de 300 pessoas, em que marcaram presença vários movimentos cívicos que rejeitam a prospecção e exploração de lítio e outros minerais.
A concentração convocada pelo Movimento Montalegre Com Vida para este sábado ganhou dimensão pela forte adesão que se fez sentir. No fim-de-semana em que a cidade de Montalegre se encheu de gente para a Feira do Fumeiro, a organização considera este mais um passo importante para dinamizar a população local e chamar a atenção nacional para esta luta.
As cerca de 300 pessoas percorreram as ruas da cidade gritando palavras de ordem e distribuindo panfletos com informação e alertas acerca da exploração mineira. Para a organização “esta manifestação superou as nossas expetativas, pois é uma demonstração de força que nós não vamos aceitar que destruam a nossa terra”, sublinhou Armando Pinto, dirigente da Associação Montalegre Com Vida.
Além de vários movimentos de regiões vizinhas terem marcado presença, como a Associação Povo e Natureza do Barroso, Unidos em Defesa de Covas do Barroso, também estiveram presentes movimentos de outras regiões afetadas pelos pedidos de prospeção de lítio.
A semana passada, dias antes desta manifestação popular, foi conhecido o resultado do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da concessão de exploração de lítio em Montalegre que concluiu que os impactos negativos do projeto não são significativos, defendendo que por outro lado “o impacte positivo socioeconómico e a recuperação ambiental e paisagística irão trazer benefícios paisagísticos e da biodiversidade que se sobrepõem aos impactes ambientais negativos provocados”. Em declarações ao Interior do Avesso, Elisabete Cruz, da Associação Povo e Natureza do Barroso, afirmou que “não faz qualquer sentido, uma vez que essas questões já foram vistas quando falámos com geólogos e outros profissionais nas sessões de esclarecimento públicas”, e defende que este documento devia ser público para consulta das populações visto que “as populações também têm direito de analisar o EIA”.
Escrito por MFS
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