CCDRN chumba hotel de Mesão Frio e empresário avança para tribunal

Mesão Frio
Mesão Frio
Foto por Vitor Oliveira | Flickr
Mário Ferreira recorreu da decisão da CCDRN ao ministro do Ambiente e à ministra da Coesão Territorial, mas sem resultado. A decisão é desfavorável, após uma das consultas com maior participação de sempre, e o empresário entregou o assunto aos advogados.

A avaliação de impacto ambiental do projeto para construção do Douro Marina Hotel, que Mário Ferreira pretende construir em Rede, concelho de Mesão Frio, foi chumbada pela CCDRN (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte) na passada quarta-feira. A Comissão de Avaliação que analisou o projeto manteve a decisão já proferida a 25 de fevereiro.

Segundo artigo do Público, a decisão foi divulgada em conjunto com o relatório daquela que acabou por ser, com 134 participações, quase todas desfavoráveis, uma das consultas públicas mais participadas em todos os processos em que a CCDRN foi a autoridade de avaliação ambiental.

Para o recurso hierárquico que o empresário apresentou ao ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, e à ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, não obteve resposta, adianta o Público.

A CCDRN entendeu manter o parecer e cumprir os prazos para a emissão de uma Declaração de Impacto Ambiental (DIA), que terminava a 5 de Maio, mesmo depois de ter recebido na véspera algumas alegações, nas quais considerou não terem sido ultrapassadas as divergências. “Tendo por base os resultados obtidos, foi decidido manter a decisão de exaração de DIA de sentido desfavorável”, lê-se na declaração tornada pública.

Em declarações ao Público, Mário Ferreira afirma o “espanto dos advogados” quando chegaram “à conclusão de que a CCDRN não avaliou a resposta à proposta de DIA”. “Tudo parece indicar que a decisão já estava tomada e aparenta ser uma decisão da CCDRN e essencialmente política”, acusa o empresário.

Apesar da decisão e da polémica que o projeto tem causado, colocando mesmo em causa a classificação do Douro Vinhateiro como Património Mundial da UNESCO, o empresário continua a defender que este é “um projecto considerado de interesse nacional” e que o assunto foi entregue aos advogados “para que façam valer os nossos direitos”.

Mário Ferreira refere-se à primeira apresentação do projeto, há mais de vinte anos, pelo empresário Carlos Saraiva, quando foi considerado projeto de Potencial Interesse Nacional (PIN). 

Passaram décadas e nos pareceres que surgiram no período de auscultação pública, integralmente reproduzidos no relatório de consulta pública, também ele publicado, é possível verificar que, para além da Unesco e do Icomos Internacional, que já se tinha mostrado desfavorável ao projeto, também outras entidades avançaram com um chumbo, como a Infraestruturas de Portugal.

De acordo com o Público, a Câmara Municipal de Mesão Frio aprovou por unanimidade, em reunião municipal, uma declaração favorável ao avanço da construção. Mas um dos argumentos mais fortes para justificar a aprovação do hotel, a sua avaliação socioeconómica, foi considerada desatualizada pela Comissão de Avaliação.

 

Direção Regional de Cultura do Norte deu parecer negativo ao hotel em Mesão Frio

Autarca de Mesão Frio contesta que hotel no Douro possa ser chumbado por colocar em causa Património Mundial

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts
Skip to content