CIM Beiras e Serra da Estrela aplica bancos de horas aos Sapadores Florestais sem cumprir legislação em vigor

Sapador Florestal

Os sapadores florestais das brigadas afetas às Comunidades Intermunicipais (CIM) continuam sem conhecer qual o seu futuro profissional, o que promove a precariedade e situações como a aplicação de bancos de horas em incumprimento da legislação. O Bloco de Esquerda já questionou o Governo sobre a precariedade dos sapadores florestais.

As brigadas das CIM foram criadas com o objetivo de tornar a floresta mais resiliente face aos incêndios rurais que em 2017 fustigaram o país. Porém desconhece-se qual a duração do programa, enquanto estes Sapadores Florestais não têm qualquer previsão sobre o seu futuro profissional.

Situação que alimenta a precariedade destes trabalhadores. “Frequentemente as CIM promovem contratos precários com estes profissionais, que geram instabilidade nas equipas e impossibilitam a sua especialização. Além da instabilidade gerada pelo vínculo, várias CIM – exemplo: Alto Alentejo; Beiras e Serra da Estrela – aplicam bancos de horas sem cumprir com a audição aos trabalhadores prevista na legislação em vigor, nomeadamente, no seu artigo referente ao Trabalho em Funções Públicas”, pode ler-se na pergunta submetida pelos deputados Ricardo Vicente e José Soeiro do Bloco de Esquerda.

Os Assistentes Operacionais que exercem as funções de sapador florestal, asseguram um conjunto de funções com elevado risco para a sua saúde, embora tal não lhes seja reconhecido, através da atribuição do Suplemento de Penosidade e Insalubridade.

“Em contacto com o Sindicato Nacional da Proteção Civil e com muitos trabalhadores, o Bloco de Esquerda apurou que estes consideram a situação inaceitável e que devia ser atribuído a estes profissionais o Suplemento de Penosidade e Insalubridade, defendendo que devem ser realizadas alterações à legislação. A atribuição do suplemento representa um reconhecimento do risco diário que todos os dias os Assistentes Operacionais com funções de Sapador Florestal estão sujeitos, enquanto a sua recusa representa uma discriminação face à designação do risco”, defende o Bloco.

O documento refere também recentes queixas relativas a situações de irregularidade laboral entre sapadores florestais contratados por entidades privadas (ex: associações de produtores florestais). Situações já apresentadas à ACT, mas que não deram lugar às devidas inspeções. “Entre as irregularidades denunciadas constam: a falta de equipamentos de proteção individual, a recusa de pagamento de trabalho suplementar, os bancos de horas ilegais e o desempenho de funções que não são da sua competência (ex: limpeza de estradas e valetas).”

Nas perguntas dirigidas ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, o Bloco defende ainda a necessidade de “criar a Carreira e o Estatuto de Sapador Florestal que garanta condições dignas de trabalho, ganho de competências e respetiva valorização ao longo do tempo a todos os profissionais que desempenham funções de sapador florestal, independentemente da entidade contratante”.

 

Pergunta 2447/XIV/2 – Combater a precariedade dos sapadores florestais

 

Sapadores Florestais – Defender a Constituição da República

Sapadores Florestais em greve a 22 e 23 de julho

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