A ativista social Carolina Gomes, introduzindo o debate, deu como exemplo das assimetrias vividas pelo interior a questão da mobilidade e transporte públicos, salientando que, desde março, “os transportes rodoviários que já eram deficitários deixaram de existir” em muitos lados. O que, por sua vez, também “inviabiliza o acesso a serviços públicos” já de si escassos.
Descreveu o Interior como uma extensa manta de retalhos, “cada vez mais dispersos” pensando que “a linha que pode coser esses territórios, são as vias de circulação, os transportes, a mobilidade […] Mas a verdade é que no interior, neste momento, os transportes públicos rodoviários, muitas vezes deficitários, deixaram de existir”. Considerou que mesmo o transporte particular não pode ser considerado uma alternativa satisfatória, quando as vias de circulação rodoviária são “más” ou “pesadamente pagas”, como no caso das ex-scut A23, A24 e A25, entre a auto-estradas mais caras do país. Os transportes ferroviários, uma outra possível alternativa, também não o são, pois praticamente não existem e, quando existem, apresentam diversos problemas ficando “longe de servir efetivamente a população”.
Lembrou ainda que estes são problemas que se farão sentir ainda mais num “futuro próximo, quando certas rotinas começarem a ser recuperadas” lançando alguns exemplos concretos. Neste momento de carência de transportes públicos, o que vai acontecer quando as aulas presenciais para o secundário regressarem, o que vai acontecer com o acesso à saúde de forma autónoma ou o que vai acontecer com a reabertura de fábricas em que trabalhadoras e trabalhadores dependem deste tipo de transporte?
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