No âmbito da campanha para as eleições legislativas de 2025, o Bloco de Esquerda escolheu o simbólico Memorial aos Refugiados de Vilar Formoso – Fronteira da Paz para reforçar a sua mensagem eleitoral, numa visita que juntou os cabeças de lista Beatriz Realinho (Guarda) e Miguel Cardina (Coimbra). O memorial, localizado no concelho de Almeida, recorda os milhares de refugiados acolhidos por Portugal durante a Segunda Guerra Mundial, que fugiram da guerra e da perseguição em busca de segurança.
Instalado junto à estação ferroviária de Vilar Formoso, o espaço museológico apresenta seis núcleos expositivos dedicados a todos os que, entre 1939 e 1945, atravessaram esta fronteira rumo à liberdade, muitos deles com vistos concedidos pelo cônsul Aristides de Sousa Mendes: “Pessoas como nós”, “Início do pesadelo”, “A viagem”, “Vilar Formoso – Fronteira da Paz”, “Por terras de Portugal” e “A partida”.
Miguel Cardina, historiador e investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, evocou o exemplo do diplomata. “Esta é uma história que nos ensina lições. Um memorial que nos faz lembrar o esforço e o papel da desobediência de pessoas como Aristides de Sousa Mendes, cujo gesto permitiu que milhares de pessoas pudessem transpor as fronteiras, chegar a Portugal e salvar as suas vidas”, afirmou. O candidato reforçou ainda a importância de conhecer o nosso passado num tempo em que a Europa volta a ver as trevas do ódio e do preconceito.
A cientista política Beatriz Realinho destacou o compromisso do Bloco de Esquerda com os direitos humanos, a justiça social e os valores democráticos, ao alertar para o crescimento da extrema-direita em Portugal e na Europa. “Num momento em que discursos de ódio e exclusão ganham espaço, é nossa obrigação lembrar que a humanidade não conhece fronteiras.”
A passagem por Almeida reforçou a mensagem do Bloco de Esquerda para estas eleições, centrada na defesa de uma sociedade mais justa, solidária e inclusiva, em contraponto com políticas de ódio, divisão e retrocesso social.