Ricardo Vicente na Cova da Beira: Bloco defende medidas de apoio e uma nova forma de fazer agricultura no futuro

Esta segunda-feira, o deputado na Assembleia da República pelo Bloco de Esquerda Ricardo Vicente visitou os pomares da CerFundão para se inteirar sobre os problemas inerentes à tempestade de granizo no dia 31 de maio. Na visita anunciou que o Bloco irá entregar um Projeto de Resolução recomendando ao Governo que sejam tomadas medidas.

Na região da Cova da Beira as tempestades provocaram quedas de produção até 90%, ficando muitos hectares com a capacidade produtiva comprometida nos próximos dois anos. Nesse sentido, Ricardo Vicente considera que os produtores afetados necessitam de apoio do estado: “a situação que a região atravessa é dramática, este ano replicou vários fenómenos meteorológicos extremos que destruíram a capacidade de produção referente a esta campanha, comprometeram até uma parte das próximas campanhas destas culturas, e por isso estes produtores necessitam de apoio do Estado para conseguir ultrapassar este momento de dificuldade.”

Mas para o deputado devemos ir mais longe e “pensar numa estratégia de médio e de longo prazo porque as alterações climáticas são um fenómeno que está a decorrer”, de forma cada vez mais acelerada. Nesse sentido, “precisamos de transformar a forma como fazemos agricultura e essa transformação serve para descarbonizar a economia e descarbonizar a agricultura em si, mas também serve para proteger estes agricultores”.

Um novo modelo de agricultura, adaptado às alterações climáticas, assentaria em sistemas de produção agrícola com maior diversidade de culturas, o que permitiria simultaneamente a diversificação das fontes de rendimento dos agricultores, ficando “mais preparados para responder a eventos futuros que colocam em causa a sua própria produção.”

Ricardo Vicente adiantou ainda que o Bloco de Esquerda entende que o país deve  enquadrar o próximo quadro comunitário da política agrícola comum com um programa de transição ecológica para uma agricultura que permita esta diversificação, abandonando os modelos de monocultura que implicam muitos riscos, como a contaminação de lençóis freáticos, dos solos e do ar, mas que também colocam os produtores numa situação económica de maior fragilidade quando se verificam eventos meteorológicos extremos.

É nesse sentido, que será entregue ainda hoje na Assembleia da República “um projeto de resolução que recomenda ao Governo que sejam tomadas medidas céleres de apoio a estes produtores, mas também recomenda ao Governo que o próximo quadro comunitário seja pensado no sentido de requalificar a nossa agricultura, obrigando à diversificação da agricultura e combatendo, deixando de financiar, sistemas baseados em monocultura e com grande input de fatores de produção como são os adubos, os pesticidas e outros.”

O deputado defende que com esta alteração na forma como é entendida a agricultura, “ficamos todos a ganhar, o ambiente, mas também os agricultores porque correm menos riscos.”

 

 

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