Em resposta a uma pergunta do Bloco, o governo confirmou que o “bloom” de azolla ocorrido há umas semanas foi devido estes fatores e que é provável que se repita.
No início do mês de maio, o Bloco de Esquerda dirigiu algumas perguntas(link is external) ao Ministério do Ambiente e da Ação Climática. No documento denunciava “uma mancha densa de azolla” que cobria quase por completo o rio Tejo e os seus afluentes junto à albufeira da barragem de Cedilho. A azolla é um género de feto aquático e exótico que cobre a superfície dos cursos de água e que cada vez mais tem proliferado no rio Tejo.
O Bloco escrevia então que “inaceitável que estes fenómenos de proliferação descontrolada de plantas exóticas ocorram com cada vez mais regularidade no rio Tejo e seus afluentes.” O bloom de azolla, que se deu no início de maio, cobriu quase na totalidade a superfície da água, junto à barragem de Cedilho.
Neste âmbito, o Grupo Parlamentar perguntou ao Governo se tinha conhecimento desta situação e se já tinha identificado a sua origem, mas também se existia alguma articulação com as autoridades espanholas para a resolução do problema.
No seguimento destas questões, a resposta do Governo é bastante clara.
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) admite que “uma ocorrência desta natureza está naturalmente associada à qualidade e à gestão e utilização da água na bacia hidrográfica a montante. As fontes de poluição pontuais, urbanas ou outras, ou difusas, pecuária e agricultura, existentes na bacia são responsáveis pelos elevados teores de fósforo da albufeira de Cedilho.”
O Governo confirma ainda a má qualidade da água do rio Tejo, a irregularidade dos caudais e a temperatura como as causas fundamentais do bloom de azolla ocorrido no mês de maio no rio Tejo e nos seus afluentes, Ponsul, Sever e Aravil.
Os níveis de fósforo, que é o principal nutriente para a proliferação massiva da azolla, e os níveis de clorofila, motivo da eutrofização da água – quando a água fica com uma cor verde -, na albufeira da barragem de Cedilho são altos o que impede que seja atribuída um “bom estado” à qualidade da água naquela zona.
O alto nível de fósforo é identificado principalmente no rio Tejo, tendo os seus afluentes níveis consideravelmente baixos. Apesar da remoção da azolla que está prevista, o Governo admite ocorrência de novos blooms.
O Bloco já referiu que “espera que se aproveite esta oportunidade para regenerar estes ecossistemas aquáticos e se construam as bases para um trabalho contínuo que preserve os recursos naturais em equilíbrio com a utilização humana.”
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