Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena querem refinaria de lítio na Serra do Alvão

Serra do Alvão
Foto por Ricardo Oliveira, CC BY-SA 3.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0>, via Wikimedia Commons
O Governo procurou quem tenha disponibilidade para a receber, os dois municípios querem a refinaria de lítio na Serra do Alvão, num espaço que fica vazio com o fim das obras de construção das barragens do Alto Tâmega. Ambientalistas levantam dúvidas sobre a poluição causada pelas refinarias de lítio.

O presidente da câmara de Vila Pouca de Aguiar, Alberto Machado, explicou à TSF que o Governo enviou uma pergunta a vários municípios, procurando um que tivesse disponibilidade para avançar com a refinaria de lítio.

Ainda segundo a TSF, os municípios de Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena terão demonstrado disponibilidade para receber a refinaria na Serra do Alvão, entregando há cerca de meio ano um dossier conjunto. O espaço pensado encontra-se de momento ocupado por um estaleiro de grandes dimensões para construir as barragens do Alto Tâmega, que estarão concluídas em breve.

Na ideia das autarquias, que temem perder muitos postos de trabalho temporários criados com as obras das barragens, a refinaria podia compensar essa perda. A questão foi colocada pelo Ministério do Ambiente há cerca de um ano, numa altura em que se estuda a hipótese de exploração de lítio, com grande contestação popular, em Boticas e Montalegre, também no distrito de Vila Real.

 

Ambientalistas com dúvidas

O presidente da associação ambientalista Zero, Francisco Ferreira, de acordo com a notícia da TSF, defende que comparações entre a poluição causada por refinarias de lítio ou refinarias de petróleo não são fáceis, “havendo muitas contas e muitas incertezas”.

Numa comparação direta entre uma refinaria de lítio e a refinaria de Matosinhos que agora vai fechar, a nona infraestrutura com mais emissões poluentes do país, à partida, “a refinaria de petróleo é mais poluente quer em termos de emissões poluentes para a atmosfera quer, de uma forma mais abrangente, pelo uso desse lítio em baterias elétricas que evitarão o consumo de derivados do petróleo”, segundo Francisco Ferreira.

No entanto, o ambientalista sublinha que é necessário ter ainda em conta todos os impactos associados à extração do lítio, onde o dióxido de carbono emitido para a atmosfera apenas uma parte da equação, sendo preciso equacionar uma série de outros aspetos.

 

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