BE da Covilhã critica políticas municipais de mobilidade

Ontem em conferência de imprensa o núcleo concelhio do Bloco de Esquerda Covilhã criticou a política municipal no que concerne à mobilidade. Segundo o BE este é um assunto que assume um papel fundamental para o bem-estar das populações, pelo que, as políticas municipais são decisivas na promoção da deslocação dos cidadãos no âmbito concelhio. Defende que através da integração de medidas no quadro da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE), é responsabilidade da autarquia melhorar a mobilidade inter-concelhia de acordo com as necessidades das populações e os movimentos pendulares, valorizando o uso do transporte público em detrimento do carro.

Rui Lino, candidato às legislativas e membro do Núcleo do BE, afirmou que o Concelho da Covilhã, pela sua característica geográfica (cidade de montanha) e demográfica (população flutuante – estudantes) não se pode preocupar apenas com a concessão de transportes urbanos e transporte escolar, tendo a obrigação de cuidar de forma efectiva da integração dos vários operadores que efectuam serviço no território concelhio.

A questão da mobilidade está na ordem do dia, uma vez que, a actual concessão dos transportes urbanos da Grande Covilhã termina em Agosto de 2019, razão pela qual o BLoco de Esquerda insta a autarquia a tornar públicos os procedimentos que já desenvolveu com vista ao novo concurso, bem como o caderno de encargos a obedecer pelas entidades concorrentes.

Na sequência da seguinte afirmação do Sr.º Vereador Eng.º José Miguel Oliveira à comunicação social, “No âmbito deste novo contrato a câmara municipal pretende também integrar os vários meios de transporte existentes na nossa cidade, como é o caso das futuras bicicletas eléctricas, dos elevadores e dos funiculares. Entendemos que faz todo o sentido que estes equipamentos funcionem em harmonia e de forma complementar uns com os outros.”, surge o receio que a futura concessão inclua, não só o transporte público, mas também os outros meios de mobilidade que a Covilhã dispõe, nomeadamente elevadores, funiculares e bicicletas. Nas palavras de Rui Lino “pode-se depreender que com este novo modelo de exploração os covilhanenses possam vir a ter de pagar uma taxa de utilização dos elevadores e funiculares, situação com a qual não concordamos, uma vez que os elevadores e funiculares foram instalados como forma de suavizar as deslocações da população e a introdução de um valor associado às viagens vai muito provavelmente afastar as pessoas da utilização destes meios de transporte.”

O núcleo concelhio do Bloco de Esquerda Covilhã considera que a inclusão de todos os meios de mobilidade urbana numa só empresa poderá representar um prejuízo para as populações e incapacidade do município em futuras negociações ou a possibilidade de intervenção municipal numa política social de mobilidade e nesse sentido partilhou várias propostas que considera devem ser incluídas no novo contrato de concessão:

  • Renovação da frota, dando prioridade aos veículos eléctricos ou movidos a gás natural, com respeito pelos princípios ambientais e da qualidade do ar, descarbonização e transição energética. Neste aspeto assistiremos a uma situação e ganho geral, tanto para o erário público como para o clima que necessita desesperadamente de medidas sérias para a sua preservação;
  • Obrigatoriedade de existência de veículos que possam circular nas ruas do centro histórico onde atualmente não passam quaisquer autocarros;
  • Previsibilidade de rotas, horárias e tarifas. As alterações só poderão ser aplicados se ratificadas pela Câmara Municipal, e sempre no interesse das populações;
  • Manutenção da gratuitidade na utilização de elevadores e funiculares, promovendo a sua efetiva disponibilização;
  • Reorganização do estacionamento automóvel. Não aceitamos que a futura concessão inclua os parques de estacionamento subterrâneos ou à superfície uma vez que poderá levar a um enorme aumento das tarifas, bem como o alargamento das áreas taxada;
  • Promoção do uso do transporte público, mas para que isso aconteça é fundamental que o serviço prestado seja de qualidade;
  • Incentivo à redução da utilização do carro próprio. Isto implica que os meios de mobilidades de que dispomos estejam em funcionamento permanentemente.

Programa de Apoio à redução tarifária

Apesar da deliberação da CIMBSE que apontava a data de 15 de Maio para a aplicação da medida de redução da tarifa dos passes sociais em todo o território da comunidade intermunicipal o Município da Covilhã não aplicou a medida de redução dos passes em tempo útil.

Para o Bloco de Esquerda importa esclarecer qual o motivo “real” para o adiamento, considerando “as razões apontadas até ao momento politicamente inaceitáveis”, e questiona a autarquia de que maneira os utentes dos transportes públicos podem ser ressarcidos dos valores indevidamente cobrados entre 15 de maio e 1 de Julho, uma vez que este atraso prejudicou os cidadãos da Covilhã utilizadores de transportes públicos que continuaram a pagar os passes a preços elevados ou foram impedidos ter o devido desconto.

Atividade do Bloco de Esquerda no concelho da Covilhã

Apesar do Bloco de Esquerda não ter representatividade nos órgãos municipais, a conferência de imprensa serviu também para dar conta do trabalho e iniciativas desenvolvidas no concelho. Rui Lino afirmou que “o Bloco de Esquerda é uma força incontornável na política concelhia, cuja afirmação ficou clara no resultado eleitoral obtido nas últimas eleições (…) Estamos a trabalhar para ganhar a confiança das populações com propostas e tomadas de posição que contribuam para o seu bem-estar.” Exemplos disso são a denúncia do recuo do Município em relação à exploração mineira da Serra da Argemela, a denúncia do abate de árvores no Parque Alexandre Aibéo ou da luta pelo Multibanco de Tortosendo.

(Escrito por MFS)

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