O título é inspirado na canção de Ermelinda Duarte, com letra escrita por Maria Ermelinda Oliveira Duarte, “Somos Livres”, que dá o mote para uma série de testemunhos recolhidos sobre as conquistas que o 25 de Abril trouxe a esta democracia que leva já 50 anos e em constante construção.
“Somos um povo que cerra fileiras
Parte à conquista do pão e da paz
Somos livres, somos livres
Não voltaremos atrás”
Adelaide Osório – Produtora Executiva
No 25 de abril de 1974, com treze anos, estava no 7.º ano, o diretor da escola veio à sala e disse: “Hoje é dia de Liberdade, vamos festejar, não há aulas!” Fomos para casa todos contentes a gritar: “Liberdade, liberdade!”
Quando cheguei a casa muito excitada, continuava a gritar: “Liberdade, já podemos falar à vontade!” A minha mãe, que não sabia o que se estava a passar, deu-me um estalo e disse: “Cala-te, não podemos dizer isso!”
Esta foi uma das maiores conquistas de Abril: a liberdade de expressão. Todas as outras, também fundamentais, foram saboreadas a seguir, devagar. Hoje caminhamos rapidamente para um retrocesso, corremos o risco de as perder.
Ainda usufruímos de parte dessas conquistas, mas ainda há muito a fazer. Temos de continuar a lutar e defender o que tanto custou a ganhar: Os direitos das mulheres, dos trabalhadores, o direito à habitação, à saúde, à educação, a liberdade de género, o direito à livre imigração.