Junho é o mês dos Santos Populares mas também é o mês da comunidade LGBTI+ celebrar o seu orgulho gay. Esta é a “celebração” dos direitos que as pessoas LGBTI+ já conquistaram mas o mês do Gay Pride existe, principalmente, para realçar a ainda existente discrepância entre a lei e a sociedade.
Trás-os-Montes sempre foi uma zona com pessoas bastante conservadoras e, por isso, a necessidade de desconstrução de vários (pre)conceitos é ainda maior. Surgiu em 2017 a primeira marcha LGBTI+ na região de Trás-os-Montes e Alto Douro, na cidade de Vila Real, às mãos da Catarse – Movimento Social. Esta iniciativa foi um marco para a região, uma porta escancarada para todos os transmontanos que ainda se escondiam com medo de ser o que são e uma chamada de atenção para população de que amor é amor seja de que forma for.
Esta afirmação da comunidade LGBTI+ em Vila Real vem com o intuito de ensinar às pessoas o que é ser LGBTI+ e relembrar todos os direitos conquistados por esta comunidade.
Trás-os-Montes é novamente invadido por marchas arco-íris em 2018 e 2019, em Vila Real e em Bragança, para relembrar que a autodeterminação de género é e deverá sempre ser um direito fundamental do Ser Humano e para lutar contra os avanços da extrema-direita que impera palavras discriminativas contra esta comunidade.
Devido à pandemia em 2020 muitos dos eventos tiveram que se transformar. Também a marcha de Trás-os-Montes se transformou, se reinventou para servir o seu propósito e, por isso, neste ano diferente, a marcha de Vila Real realizou-se através das redes sociais para poder chegar a todXs e celebrar o amor e a igualdade.
Continua a justificar-se a realização destas marchas, porque ainda faz todo o sentido que assim o seja, porque os direitos que se encontram nas leis não são espelhados na realidade do dia-a-dia das pessoas LGBTI+ que vêm todos dias estes direitos negados, seja quando querem amar quem amam, seja quando querem ver espelhado no seu corpo e na sociedade o seu verdadeiro género, seja quando querem dar sangue e este dádiva lhes é negada simplesmente por serem homossexuais.
Nascida em Valpaços, licenciada em engenharia pela UTAD. Ativista inconformada, fui membro da Membro da Catarse - Movimento Social, movimento que luta contra qualquer atentado à liberdade/dignidade Humana. Neste momento mesmo distante não deixo de lutar contra as desigualdades do interior.