As autoridades públicas costumam andar em viaturas ligeiras e, por isso, apresentam pouca sensibilidade para as questões que afetam o dia-a-dia das pessoas que não possuem carro e precisam de se deslocar a pé. Na prática, só conhecem a cidade pela janela dos seus automóveis. Entretanto existem caminhos, que são essenciais para a deslocação diária das pessoas, e são invisíveis para quem está num carro. São muitos caminhos que estão em total estado de abandono, sem um mínimo de infraestruturas implantadas, passeios e iluminação.
Como exemplo temos 5 caminhos essenciais para a população da Covilhã. Esses caminhos estão identificados no mapa da Figura 1 com a cor castanho claro.
Ao lado do Jardim do Monumento à Nossa Senhora da Conceição, existe um outro caminho essencial (Figura 3), que facilita a vida de muitas pessoas, ao reduzir o percurso entre a parte mais baixa da cidade e a zona da Reitoria da UBI. O percurso é muito usado por estudantes e moradores da zona. Esse caminho tem um troço íngreme, quase escarpado, não possui nenhuma infraestrutura, como passeio, escadas ou iluminação. São 180 metros de precariedade.
Brasileiro de Salvador, Bahia, residente desde 2015 na Covilhã, Cova da Beira, Portugal. Arquiteto especialista em urbanismo sustentável, atualmente faz doutoramento em Sociologia na UBI. Pesquisa questões que relacionam a mobilidade, participação pública e o despovoamento do interior.