Importa seriamente que dediquemos tempo a pensar nos transportes do futuro, mas hoje. O que deve mudar? O que deve permanecer? Se no século XIX o cavalo de ferro, a velha locomotiva que belissimamente percorre as margens do Douro Médio e Superior, veio revolucionar os meios de transporte na Régua e no Douro, hoje, como é hábito da nossa mentalidade que anda sempre atrasada e por não sabermos trabalhar em rede e pensar também no comércio para os de dentro e não só para os de fora, há troços de uma das mais belas linhas do mundo que estão a ser desvalorizados e a eletrificação até à fundamental estação do Peso da Régua ainda não se concretizou – é tempo do pensamento dar vida à ação. Inovar e colaborar é sempre a palavra de ordem – mais do que os lobbys! Foram tantas as vezes que fui da Régua a Vila Real de comboio e sempre tive curiosidade em relação a como me poderia deslocar alternativamente a Lamego. Dou comigo a pensar num eixo futurista de transportes entre as três cidades: Vila Real, Régua e Lamego – em harmonia com a paisagem. Um metro de superfície, mas adaptado a pessoas e mercadorias, facilitando, melhorando, tornando mais eficaz e mais verde a vida neste Douro.
A icónica ponte metálica que atravessa o rio Douro na Régua sempre simbolizou um ponto de passagem de quem queria deslocar-se a outras paragens por motivos comerciais, familiares, em passeio, etc. Devemos então pensar o futuro hoje, olhando para o passado, tendo coragem de pensar o presente, colocando as pessoas em primeiro lugar. Não eliminando o que já existe, antes só alterando aquilo que poderá ser melhor, mentalidade própria de uma região evoluída.
O rio Douro, sendo o rio mais caudaloso da Península Ibérica, ladeado por uma paisagem ímpar em Portugal e no mundo, possuidora de um vinho transportado até ao Porto pelo rio, pelas margens onde vários animais morreram nas viagens, depois também de comboio e por outros meios, deve ser cuidado com os olhos numa região e numa cidade do Peso da Régua mais verde, menos poluída, com barcos movidos a hidrogénio, por exemplo, transportes pela região, sobretudo na Régua, neste caso, mais amigos do ambiente, a aposta, apesar da cidade ser acidentada (mas todas as subidas têm descidas…, como sói dizer-se), numa rede de bicicletas no centro da cidade, entre outros meios possíveis e imaginários, sempre mais amigos do ambiente – e quando se fala da poluição também nos referimos à sonora, excessiva hoje em dia, e visual –, uma rede de transportes onde não só a eficácia de levar as pessoas e as mercadorias de um sítio para outro, mas também a frequência fosse prioritária, pois esta traz clientes, utentes e penso que por vezes o problema é o espaçamento entre as carreiras (no caso dos autocarros). Criar uma rede de transportes dentro da própria cidade, que é cada vez maior. Só na própria cidade. Isso geraria uma vontade de expansão; mais ruas de sentido único e largas, tanto quanto possível (envolvendo os passeios), e estacionamentos às portas da cidade, com opções móveis, das mais diversificadas que há nos tempos modernos, oferecidas pela autarquia.
Devemos pensar no que se está a fazer noutras cidades com as mesmas características, neste caso acidentadas que a nossa, com ideias muito avançadas, e ver o que podemos adaptar, à nossa cidade.
Acredito que devemos voltar a investir nas linhas de caminhos-de-ferro, algo que está em discussão porque noutros países esta opção está a voltar em força para a deslocação de pessoas e mercadorias, a fim de diminuir o tráfego e a poluição dentro da cidade. Isto enquanto o futuro não chega; há que pôr um olhinho no amanhã, não esquecendo o que funcionou no passado.
Rui Manuel Morais Borges nasceu a 02-12-1965 na cidade de Peso da Régua no distrito de Vila Real. Filho de Alberto Borges e de Maria de Fátima Morais. Casado com Ermelinda Manuela Silva Costa Borges e com uma filha com 23 anos de idade, de seu nome Joana da Costa Borges. Reside na Avenida Doutor Manuel de Arriaga em Peso da Régua. Neste momento trabalha na IP,S.A designada Infraestruturas de Portugal, na categoria de Operador de Circulação e Responsável pela estação da Rede e tem como habilitações o 12º ano de escolaridade.