Antes de me referir a algumas questões essenciais que envolvem o tema que aqui nos traz, é importante compreender a definição de “bem-estar”, para nós, humanos, significa contentamento físico e espiritual, tranquilidade e conforto; por sua vez, o conceito de bem-estar animal refere-se a uma boa ou satisfatória qualidade de vida que envolve determinados aspetos referentes ao animal, tal como a saúde, a felicidade ou a longevidade.
Os mais reconhecidos biólogos e especialistas do mundo animal definem o bem-estar animal como um estado de completa saúde física e mental quando o animal está em harmonia com o ambiente que o rodeia.
Assim sendo, há cinco domínios das liberdades dos animais, de acordo com a teoria criada pelo professor John Webster do Conselho de Associações do bem-estar animal:
- Deve ser livre de fome e sede;
- Livre de desconforto;
- Livre de dor, lesões ou doença;
- Livre para expressar o seu comportamento normal;
- Livre de medo e aflição.
Deste modo, quero sublinhar que todos os animais precisam de viver em dignidade. Devemos acreditar que, como seres sencientes que os animais são, porque têm a capacidade de sentir, ainda que o ser humano superiormente os julgue ausentes de razão e consciência, devem receber de nós, seres racionais e conscientes, o mais elevado respeito e cuidado. Poderia ser este o artigo nº 1 de uma suposta Declaração Universal do Bem-Estar Animal.
Não se trata aqui apenas de fazer um apelo naturalista à conservação das espécies selvagens e domesticáveis, mas sim de alertar que não percamos a consciência de que se a liberdade e o conforto são uma condição desejada, do ser humano, também este deve não pensar no animal como somente uma fonte do seu bem-estar, mas como um ser vivo com o qual dialoga numa relação de bem-estar mútuo, equilibrado entre Homem e animal.
Entre nós e os animais há o dever de cuidar. E fala-se tanto e bem de cuidar da natureza, mas fala-se ainda insuficientemente de cuidar do bem-estar animal. Se sem a Natureza em equilíbrio o nosso futuro fica comprometido, pois, como escreveu o célebre naturalista inglês de 94 anos, David Attenborough (e, como diz o provérbio, «o trabalho dos velhos é pouco mas quem o despreza é louco»), “se tomarmos conta da Natureza ela tomará conta de nós”, de igual modo se cuidarmos do bem-estar animal, doméstico ou não, estaremos a construir uma sociedade humana mais evoluída e justa, com base no exemplo, na medida em que, domésticos ou não, os animais são dignos do nosso melhor respeito e cuidado.
Posto isto, deve o ser humano, evitar o sofrimento do animal, combatendo, com todos os fabulosos meios que tem ao seu dispor, o abandono, a fome, a carência aos mais variados níveis e a desidratação, consequências evitáveis na condição de muitos animais, atualmente aqui na região do Douro, se assumirmos como missão humana cuidar do bem-estar animal, algo que se venha a tornar afinal natural.
Rui Manuel Morais Borges nasceu a 02-12-1965 na cidade de Peso da Régua no distrito de Vila Real. Filho de Alberto Borges e de Maria de Fátima Morais. Casado com Ermelinda Manuela Silva Costa Borges e com uma filha com 23 anos de idade, de seu nome Joana da Costa Borges. Reside na Avenida Doutor Manuel de Arriaga em Peso da Régua. Neste momento trabalha na IP,S.A designada Infraestruturas de Portugal, na categoria de Operador de Circulação e Responsável pela estação da Rede e tem como habilitações o 12º ano de escolaridade.