Em comunicado o Bloco de Esquerda insiste na reabertura do SAP – Serviço de Atendimento Permanente de Mangualde, fechado em março a pretexto da pandemia de COVID-19, como forma de garantir o justo e necessário atendimento no concelho e como forma de não sobrecarregar o Hospital São Teotónio, em Viseu. Alerta ainda para a necessidade de melhorar o atendimento telefónico.
Para o Bloco é preciso “garantir uma racional e eficiente cobertura de todo o país em recursos humanos e unidades de saúde”, como dita o artigo 64.º da Constituição da República Portuguesa, e para isso exigem a “abertura plena”, criticando a opção de reabrir apenas “duas horas nos dias úteis e abertura aos sábados e feriados (com um horário das 9h às 15h)” para lá do funcionamento normal da Unidade de Saúde Familiar que ali se estabelece.
Este anúncio, amplamente divulgado na comunicação social pelo presidente da Câmara Municipal de Mangualde, é apenas “um paliativo que não responde com a seriedade e o compromisso exigido em relação à defesa dos interesses dos utentes e da sua saúde e bem-estar geral”. Insistem na ideia dizendo que “adoecer não escolhe horas e as necessidades de assistência médica não se adiam para se adequarem aos horários arbitrariamente estabelecidos pelas autoridades de saúde”.
“serviço francamente mau no que respeita ao atendimento telefónico”
Para os dirigentes distritais do Bloco, soma-se à reivindicação da reabertura a necessidade de um “serviço centralizado de telefone e/ou a contratação de telefonistas” para fazer face ao que dizem ser um “serviço francamente mau no que respeita ao atendimento telefónico e a toda a gestão associada a esta valência”, tendo em conta as “as reclamações recorrentes por parte dos utentes”.
O Interior do Avesso falou com alguns utentes e em todos os casos é transmitida a ideia que os telefones chamam sem que ninguém atenda, problema que pode acontecer por não haver uma pessoa dedicada ao serviço e ainda por não existir uma central telefónica que coloque as chamadas em espera quando as linhas estão ocupadas, gerindo assim o fluxo de chamadas sem que ninguém fique sem ser atendido. Este é um problema relatado ao Avesso por todo o ACES-Agrupamento de Centros de Saúde do Dão-Lafões.
Marisa Matias esteve em ação pela Reabertura do SAP de Mangualde
A candidata à presidência da República esteve presente num protesto organizado pelo Mangual em Movimento, no passado dia 19 de novembro disse que “nós precisamos de garantir que o Serviço Nacional de Saúde, a maior conquista da nossa democracia, está bem equipado, está bem distribuído pelo território e que responde às populações”.
“Não haver aqui SAP obriga as pessoas a deslocarem-se, num contexto em que há mais limitações de deslocação e onde é pedido às pessoas que se salvaguardem. É por isso que estas pessoas e este movimento se está a organizar para garantir que voltam a ter um SAP. Há uma promessa ainda não cumprida para reforçar as horas de atendimento, mas os acidentes e as doenças não têm horas para acontecer”, frisou Marisa Matias.
Catarina Martins considerou “um tremendo erro” este encerramento
Já em agosto, em Mangualde e à margem de uma viagem na Linha da Beira Alta, a coordenadora nacional do partido, Catarina Martins, disse que a manutenção do encerramento dos SAP, como dos atendimentos dos Centros de Saúde “é um tremendo erro”, acrescentando que o “funcionamento do Serviço Nacional de Saúde em Mangualde como todo o resto do país tem de voltar à normalidade dos cuidados de saúde”.
“Criar corredores separados para covid e não covid, para permitir ao mesmo tempo que estamos a responder ao covid e ter toda a outra atividade do serviço nacional de saúde normalmente a funcionar”, mas para o Bloco “isto precisa de mais gente, mais profissionais de saúde”.
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