Ponte romana de Chaves: Relatório sem evidências de danos estruturais mas uso pedonal é preferível

Foto de Raquel Teixeira
Um relatório sobre a ponte romana de Chaves, onde a reabertura ao trânsito automóvel vai ser decidida em referendo local, revela que não existem danos estruturais relevantes, mas aconselha que se mantenha a atual circulação exclusivamente pedonal. Lúcia Cunha, do Bloco de Chaves, diz que “há indícios de degradação que no futuro podem pôr em causa a segurança da ponte, logo a sua abertura ao trânsito não é uma boa decisão”. 

O relatório, que está disponível no site oficial da Câmara Municipal de Chaves e é citado pela Lusa, refere que “a ponte já foi utilizada como via rodoviária e não são evidentes consequências estruturais relevantes que resultem desta situação”, mas acrescenta que “do ponto vista estrutural, a utilização atual é a ideal visto que não existem sobrecargas significativas sobre a estrutura nem outros efeitos colaterais associados à passagem de tráfego tal como vibrações e forças horizontais associadas à travagem dos veículos em cima da plataforma viária”. 

O estudo elaborado pela empresa Betar Consultores frisa que “apesar de não se terem identificado indícios de anomalias de cariz estrutural relevantes, não é possível assegurar com uma mera inspeção visual as condições de segurança da estrutura e a sua capacidade resistente a determinadas solicitações, nomeadamente à passagem de tráfego”. 

A decisão da reabertura para automóveis ligeiros será feita em referendo local no dia 13 de setembro. A pergunta que será feita é: “Concorda com a reabertura da ponte romana de Chaves ao trânsito de veículos automóveis ligeiro, num único sentido? Sim ou Não”. A ponte romana é pedonal desde 2008 e está classificada como monumento nacional. 

O relatório aponta “algumas cavidades pontuais nas fundações, bem como a ausência de blocos de alvenaria das proteções das fundações”. De acordo com os técnicos, “este tipo de anomalias poderá ter consequências futuras que poderão ser relevantes em função da potencial evolução das anomalias”. 

Lúcia Cunha, membro do Bloco de Esquerda de Chaves, em declarações ao Interior do Avesso, refere que “a ponte está em bom estado de conservação porque tem sido preservada e para isso contribuiu como é óbvio o seu encerramento ao trânsito automóvel” e acrescenta que “por outro lado há indícios de degradação que no futuro podem pôr em causa a segurança da ponte, logo a sua abertura ao trânsito não é uma boa decisão”.

A dirigente do Bloco diz que “acredita que a população flaviense orgulhosa e zelosa do seu património saberá fazer uso do seu voto neste referendo e além disso, o Bloco gostaria que fossem realizados referendos, mas na sua verdadeira vertente democrática e não em assuntos que requerem mais que uma escolha entre sim e não, um verdadeiro esclarecimento e um trabalho pedagógico na população no sentido de valorizar e preservar o seu património. Trabalho que é responsabilidade do poder local”. 

O presidente da Câmara Municipal de Chaves, Nuno Vaz, em declarações à Lusa, diz que a ponte “não apresenta nenhuma situação de fragilidade de segurança” e que o relatório pede “para monitorizar a ponte”. 

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