Tempo de ouvir, de dar voz, de mudar

Foi com um misto de surpresa e muito orgulho que recebi o convite para ser candidata à Assembleia da República, pelo Bloco de Esquerda, pelo círculo eleitoral de Viseu.

A surpresa residiu no facto de ser uma técnica, de ser uma operacional e de nunca ter estado ligada ao mundo da política. Sempre defendi aquilo em que acredito, na minha área de intervenção, junto dos meus amigos e da minha família, na minha terra e por onde passo. Sou uma pessoa de convicções e de ideais, movo-me por aquilo que são os direitos de cidadania e a defesa de valores sociais.

O orgulho está naturalmente ligado ao convite ser do Bloco de Esquerda, partido político com que me identifico e que, acredito poder fazer a diferença no meu país, no meu distrito, nas minhas gentes.

Sou candidata independente porque é assim que pretendo estar na política e é desta forma que poderei dar o meu melhor contributo.

O distrito de Viseu precisa de ter, na Assembleia da República, representantes que possam dar voz a quem cá vive, a quem tem os problemas da interioridade como seus.

Sente-se, falando com as pessoas que aqui vivem, trabalham e contribuem para o desenvolvimento desta região, algum lamento pelo estado atual da política. Há quase uma crítica generalizada aos políticos, parecendo haver um esquecimento de que os políticos podemos ser todos nós que aceitamos desafios como aquele que aceitei. A política é feita por pessoas e importa credibilizar a política e os políticos. A generalização abusiva, o desacreditar, o desinvestir nas populações e nas suas reais necessidades ao longo de vários anos, contribui para os níveis gritantes de abstenção, pelo desinteresse das novas gerações que trazem consigo a inovação, a mudança de paradigmas. É por isto que me candidato.

Territórios como o distrito de Viseu têm sido esquecidos na agenda política, são denominados de forma depreciativa como “o interior do interior” como se tal fosse uma fatalidade. Eu acredito que podemos, juntos, reverter o curso da interioridade e da falta de oportunidades. É necessário investimento nos cuidados básicos e especializados de saúde, na educação, nas infraestruturas rodoviárias e na ferrovia, no turismo, no ambiente, no combate ao encerramento de serviços públicos de proximidade, no aumento da adesão a movimentos sociais que lutam pela igualdade e pela desconstrução de estereótipos, num olhar diferente sobre o envelhecimento da população em que não impere a remediação, na estabilidade no trabalho contrariando a precariedade e a dificuldade de acesso dos jovens a carreiras profissionais para as quais investiram, na eliminação das diferenças salariais entre mulheres e homens.

É tempo de mudança, é tempo de ouvir as pessoas, os seus receios e anseios. É tempo do distrito de Viseu ter representantes do Bloco de Esquerda na Assembleia da República.

Por tudo isto, conto com todas e todos, acreditando que podemos fazer a diferença!

Outros artigos deste autor >

Psicóloga, de 44 anos.
É natural de Resende, onde reside, trabalha em Lamego.
Candidata independente às Eleições Legislativas pelo Bloco de Esquerda.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts
Ruas
Ler Mais

Toponímia Exclusiva!

A atribuição de toponímia aos espaços públicos onde circulamos e vivemos é crucial para a nossa identidade individual…
Lei 50/2018
Ler Mais

Lei 50/2018

A Lei-quadro da transferência de competências para as autarquias locais e para as entidades intermunicipais, aprovada pela Lei…

Com Orgulho de Junho

Em junho de 1969 (já passaram 50 anos) deu-se a revolta de Stonewall, composta de várias manifestações espontâneas…
Skip to content